Lupas (14)

Aqui vemos a principal especialidade do Ridley Scott que é justamente filmes épicos. Gostei de ver a perspectiva de cada um dos personagens e destaco as grandes atuações.

Um filme roteirizado em três versões diferentes (dos protagonistas) e com tantas camadas, uma obra cuidadosa, realista e detalhista, tantas situações emblemáticas acerca das mulheres que nos surpreendemos terem sido escritas e produzidas por homens, e do contexto histórico absurdamente expostos, duas realidades obscuras: "O estupro não é um crime contra a mulher, e sim um crime de propriedade contra o guardião masculino." e "A concepção só ocorre quanto a mulher prazer final." Enojante...

Ambientação densa e profunda. Ainda que o roteiro se perca ao passar pelos 3 pontos de vista, não tira o brilho no que tudo culmina. filmao

O maior erro é não trazer quase nada de novo nas perspectivas de cada personagem, e talvez por isso se alongue além do necessário. Mas Scott sabe prender o espectador com belos takes, cenas de ação bem feitas, aliadas a uma ótima trilha sonora e atmosfera medieval, fazendo qualquer deslize ser facilmente esquecido na épica batalha final.

Na vida real, os espectadores dos duelos judiciais eram proibidos de interferir fazendo qualquer barulho, e isso incluía gritos, aplausos e até tossir, sob pena de morte.

Um trabalho de pontos de vista pode cair na armadilha de se repetir e ficar cansativo, e não acrescentar fatos relevantes na transição de um a outro, algo que foi superado aqui pela ótima edição e montagem, que faz cada parte da história ter algo a dizer, e nos incomodar por comprarmos, principalmente a primeira parte, e quando a verdade vem nos surpreende e enoja, um grande filme, intrigante e envolvente, com uma recriação de época e cenas de tirar o fôlego, com um final de roer as unhas.

Ridley Scott entrega um épico de tom mais intimista e visualmente esplendoroso, onde a tensão e o horror são decorrentes dos conflitos morais e da hipocrisia do período retratado, acima de qualquer embate físico (mas vale frisar que o duelo final é impecável). Jodie Comer em grande atuação, sendo injustamente ignorada pelo Oscar. Um dos melhores filmes do ano.

Confesso que comecei o filme com uma baita preguiça, uma porque não sou lá muito chegado no diretor e duas por retratar a idade média que dificilmente desperta meu interesse. E quando eu já bocejava comecei a perceber a semelhança direta à Rashomon e de certo que o filme mudou o curso de maneira inesperada. Scott introduziu em sua trama medieval denúncias relevantes para os dias atuais tanto em termos de machismo e menos claramente à fé cega nos dogmas divinos e em déspotas.

- 26º filme de 2.022: visto em 19/10 (o 01º filme do ano visto no Star+)... - Ótimo... - Mas um grande acerto do mestre Ridley Scott, num filme tecnicamente impecável! O Adam Driver faz mais um grande vilão, o Ben Affleck e o Matt Damon estão bem nos papéis, mas o grande destaque é a belíssima Jodie Comer, numa atuação que deveria ser indicada ao Oscar! Grande atriz numa ótima personagem! Vai para a lista dos melhores do ano! Recomendo...

Ridley Scott Magistral

Boas atuações, uma estória bem impactante e final surpreendente.

Um dos melhores épicos dirigidos por Scott. Com uma excelente recriação de época, ótimas atuações e belíssima fotografia.

Mto bom filme. Recriação de época excelente e Scott mostrando duas vezes na temporada pq é uma lenda, mesmo aos 84 anos.

Scott utiliza o cinematográfico artifício dos diversos pontos de vista para demonstrar o machismo como forma de tradição de uma época e que insiste em continuar de maneiras e detalhes diferentes até hoje. De certo modo a qualidade do filme chega a ser uma boa surpresa.