- Direção
- Kantemir Balagov
- Roteiro:
- Kantemir Balagov, Aleksandr Terekhov
- Gênero:
- Drama, Guerra
- Origem:
- Rússia
- Estreia:
- 12/12/2019
- Duração:
- 130 minutos
Lupas (8)
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Tem uma das cenas mais pesadas já feitas, desnecessária pela crueldade - fica um sadismo no ar pelo tempo que dura e o mal que faz. A história é boa e as personagens funcionam demais, há profundidade de fato no lado psicológico. Mas é lento pra burro e quebra o ritmo de propósito, várias vezes, de maneira inexplicável.
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Filme pesado, o título não traduz toda a dureza da guerra, a busca incessante das duas mulheres pela sobrevivência e realização pessoal numa época machista e cruel, degringolada pela fome da pós guerra, e aliado a todo esse drama, a Mulher Alta sofre de congelamento pós concussão e Masha histerectomia, o que a torna incompleta apos a perda do filho (que eu podia juras que não foi acidente), cores quentes, contrastando com a frieza da gerra, drama excepcional, roteiro inteligente e original...
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Belíssimas interpretações, direção de arte e fotografia primorosas. O contexto de um pós-guerra emoldura os relacionamentos dos personagens aqui, e Iya(Miroshnichenko) e Masha(Perelygina) são frutos de uma amizade doente. São dependentes uma da outra, mas nem ao menos conseguem se cuidar, estão congeladas aos costumes abusivos da guerra. Chantagem por parte de Masha e culpa por parte de Iya conduzem a relação das duas em busca da gravidez, na verdade a busca por afeto.
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A destruição mental da guerra é estampada nos rostos dos personagens, nos ângulos fechados com pouco espaço para algum tipo de esperança ou libertação, nos cacoetes deixados dos traumas, seja a risada enervante de Masha, a catatonia sufocante de Iya ou o olhar morto de Nikolay. Todos fazendo parte do mesmo desespero, se encontrando, se reconhecendo, tentando. Primeira hora com inconsistências de ritmo perdem espaço para um final cheio de momentos primorosos junto com uma parte técnica impecável.
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As marcas de uma guerra, sensação de deslocamento, o difícil processo de continuar. Cicatrizes que lembram o horror, o medo, o desespero. Resta se agarrar em alguma coisa, nem que seja na própria loucura. Impressiona o cuidado com a encenação, a narrativa lenta e sensorial, o ótimo elenco. Um dos melhores do ano passado.
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Traumas de guerra são um fardo pesado demais. Em meio a cores vivas, sobretudo das paletas ocre e verde, Balagov destrincha a complexidade que é (sobre)viver.
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O cinema russo tem uma grande bagagem do cinema soviético para ser mais do mesmo, reparem na fotografia, que é quase uma continuidade dos filmes russos da década de 1970. Por isso, neste 2019, este Dylda é uma porrada no espectador, as cenas finais são dignas de prender a nossa respiração com diálogos profundos e desconcertantes. Cinemaço!
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A saga de Iya e Masha é uma bricolagem de diferentes relatos coletados pela escritora Svetlana Aleksiévitch e presentes em seu livro "A Guerra não tem rosto de mulher". A opção por fazer a dupla de personagens viver distintas situações dramáticas acaba por atrapalhar a narrativa ao enfraquecer o efeito dos clímax, os quais quase nunca (exceto pelas cenas com Pashka) atingem uma plenitude. Também atrapalham o ritmo da narração alguns elementos cômicos dispostos de forma descuidada.