- Direção
- Nora Fingscheidt
- Roteiro:
- Nora Fingscheidt
- Gênero:
- Drama
- Origem:
- Alemanha
- Estreia:
- 26/03/2020
- Duração:
- 118 minutos
Lupas (6)
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O filme não é ruim, longe disto, mas confesso que tenho mais a criticar do que elogiar. A começar pelo meu enfado à forma tão convencional do cinema europeu dos últimos 25 anos. Depois que os Dardenne criaram esta espécie de novela dramática semi-documental com câmera na mão, 99% dos filmes europeus são concebidos com esta fórmula repetitiva. Falando em Dardenne, este mesmo filme ( da criança já foi feito por eles) bem como pelo Dolan e tantos outros, De positivo vejo uma grande atuação mirim.
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A principio, pensei que eu filme seria no estilo de um genérico de “Um estranho no ninho” ou “Intocáveis”. Mas é muito mais complexo do que somente isto.
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Imerso no grande conjunto da arte cinematográfica moderna, o filme de Fingscheidt só tem um predicado, a grande atuação da protagonista Helena Zengel, uma vez que o roteiro sequer apresenta adequadamente os personagens principais, além de não dar nenhuma pista mais consistente sobre o comportamento explosivo de Benni (pincela vários fatores sem explorá-los: excesso de mimo, trauma, abuso, rejeição, transtorno, esquizofrenia,etc). E que irresponsabilidade permitirem ela junto a outras crianças!
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Zengel é um achado incrível e deixa a audiência com a respiração presa em vários momentos pelas atitudes imprevisíveis de sua protagonista hiper suscetível à raiva. A montagem às vezes escorrega em cortes abruptos demais, porém nada que dilua a força dessa montanha-russa de movimentos sempre nevrálgicos.
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Existe mesmo algo de único na protagonista, algo que cativa e afasta a todos os espectadores e as personagens em seu entorno. Uma grande demostração de como o sistema, por ser o sistema, não integra a totalidade, falha, exclui, marginaliza o que é para ser livre. As atuações de todo o elenco são super competentes e Zengel já é uma promessa para ficar de olho.
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Condizente até o fim, o longa retrata muito bem as crises de Benni (Zengel) e as motivações que as acercam para acarretar nesses surtos. A falha tentativa de fazer ela se adaptar a um ambiente valoriza ainda mais a bela relação dela com Micha (Schuch). Ao final, algumas permissões de Micha impactam em Benni na volta do ciclo das crises, do desgaste do sistema em tentar controlá-la e do abandono da mãe para qualquer retorno a sua casa.