Lupas (29)

Embora apresente ritmo irregular no início, o filme se destaca como um belíssimo retrato da sociedade da época, especialmente do papel da mulher. Através de personagens complexas e multifacetadas, defendidas por um elenco impecável, o filme explora a jornada de amadurecimento de quatro irmãs em busca de seus próprios caminhos, seja através da vida tradicional ou da busca por uma vida mais autoral. Gerwig captura com sensibilidade e humor as nuances da vida familiar e os desafios da feminilidade.

Trilha sonora e figurinos perfeitos. Realmente 2019 foi um grande ano para o cinema.

"Chatas mulheres" seria um título mais adequado. O enredo prolixo e desinteressante passeia pelas vidas das irmãs e nunca desperta real interesse por suas histórias, valendo mais pelos aspectos técnicos e pelas atuações em si. Não é culpa do elenco: é dos personagens mesmo.

Com algumas poucas arestas, e um elenco grandioso de talento, o filme navega de maneira sólida pela realidade de mulheres de um tempo que não era muito favorável pra suas demandas, e na fase primordial da vida, entre a infância e a vida adulta com muitas dúvidas, a química entre as quatro é invejável, e suas características únicas tão bem moldadas, exceto Beth, um elo mais fraco, e a narrativa que se sobrepõe em dois tempos distintos, que requerem atenção para absorver a história.

Roteiro e atuações impecáveis.

No melhor estilo Jane Austin, mulherzinhas empoderadas, apesar de todo o estigma da época, comportamento submisso das mulheres, certamente essas obras levavam muitas ao delírio e provavelmente ao estímulo de sonhar e alcançar uma brecha na sociedade patriarcal com os ideais de Jo… Lindo filme, dramas, relações familiares, brigas entre irmãs, perdão, amores, desamores, realização de sonhos, mortes, romances e finais felizes... Louisa definitivamente me representa, realizada e só, nos bastamos...

'I want to be great, or nothing.' Uma história linda com detalhes encantadores. A cronologia é de complicado entendimento no início, porém é decifrada ao decorrer da trama; é, portanto, um ótimo filme para assistir mais de uma vez.

Um filme super gostoso e agradável de assistir. Fica nítido o amadurecimento de Greta Gerwig como cineasta autoral, além de mostrar que sabe muito bem dirigir o seu elenco feminino. Não tem como você duvidar que elas são irmãs e que se amam.

Duas coisas. O ritmo do filme não permite apreciar tudo o que ele quer dizer, meio atropelado. E uma vontade exagerada em romantizar cada take tiram o poder da obra.

Sonolento.

O ponto alto do roteiro é o constante clima de felicidade que envolve a família March (difícil ver tanta gente prendada e afortunada numa obra), porém, a falta de conflito acaba atrapalhando a percepção de realidade. A direção alterna boas cenas levemente sensíveis com outras que beiram a caricatura (assim como a maioria das atuações), além de fechar abruptamente todas as subtramas. Também a montagem entrecortada, ao mesmo tempo que dá dinamismo à monotonia da trama, cria confusão narrativa.

Uma adaptação segura e sem excessos de um grande romance. Não tem como dar errado. É nitido que as limitações de tempo sacrificaram o desenvolvimento de alguns personagens importantes, como a mãe, a Beth, etc, mas o resultado involve e é bastante consistente. Deu vontade de ler o livro (lembrou O Morro dos Ventos Uivantes). Só faço um adendo: muito esquisito colocar o Better call Saul nesse papel kkkk preferiria que fosse outro ator.

É muito triste ver um belíssimo elenco, com uma impecável direção de arte e fotografia, não conseguir suprir uma direção ruim. Vemos o porquê da fundamental importância da direção em filmes como esse. Gerwig completamente perdida em como contar essa história. Sem ritmo nenhum, apressa a obra sem dar tempo pra você imergir na cena. Não existe construção desse relacionamento entre as irmãs, o que dirá dos outros personagens aqui envolvidos. Uma confusão total e a grande decepção de 2019.

07/05/2020

O dilema da vida das mulheres em uma época em que tudo para elas era muito raro, oportuno e escasso. Narrativa vibrante e empolgante. Roteiro e direção excelentes! Atuações harmônicas e bem equilibradas. Direção de arte traz o charme a mais que todo filme de época precisa.

Apesar da paisagem rural, da família idealista em que uma briga por posição política parece impossível, dos vizinhos cheios de charme e até da tia má, que no fundo é cômica e generosa, todos os sentimentos por trás de cada cena são atuais e urgentes, quase arquetípicos - um filme feito quase na segunda década do século 21, para ser visto agora. O passado, na história, serve para o público observar o presente. E, talvez, pensar no que cada um pode melhorar.

Excelente filme, não assisti nenhuma das versões anteriores, mas confesso que essa versão amei. Roteiro envolvente, personagens fortes cada uma com sua personalidade. Muito agradável assistir esse filme!

Tem um clima meio Jane Austen (sem acidez dela, mas com o toque feminino), mas é bem sem sal. Simpático e só.

A direção madura de Greta Gerwig opera de forma adequada a cada um dos planos temporais: as diferentes fotografias sempre exteriorizam a camada interna das personagens, os diálogos fervem e abrandam, e a atmosfera transita com facilidade entre as tempestades da adolescência e a necessidade de tomada de decisões da vida adulta. Além disso, cada atriz constrói com autonomia e independência seu próprio membro da família March, sem destoar do todo harmônico que as mantém interligadas.

Ótimas atuações, principalmente Saiorse Ronan e Florence Pugh, tecnicamente impecável, ótima direção e um roteiro muito bem escrito fazem de Adoráveis Mulheres um filmaço. Em alguns momentos pode ser um pouquinho cansativo e alguns personagens podiam ser melhor desenvolvidos, mas isso é muito pouco. Mas é um filmaço, e o final é sensacional.