Apesar do ponto de partida atraente, o desenvolvimento se perde em um excesso de cenas de apelo sexual. Com isso, Calmon perde a chance de apresentar um painel da criminalidade carioca de quase cinquenta anos atrás e joga Valadão em um papel de poucas camadas.
Sensacional, surpreendeu. Calmon pega carona no sucesso de Lúcio Flávio pra fazer um legítimo exploitation brasileiro, com direito a Jece Valadão chutando bundas, Copacabana, muito puteiro e uma trilha setentista de foder que vai de Azymuth a Roberto Carlos, passando por Edson Frederico e Belchior. Tiveram a moral de botar uma cena de tortura ao som de Lady Laura kkkk. E, embora não seja de grande discurso, vai bem na ideia do banditismo frente a desigualdade social. Divertido e estiloso.
Desde dos créditos iniciais você sente que vem chumbo grosso por aí. Violência, putaria, trilha sonora popularesca e canalhamente posta em certas passagens, clima de decadência e Jece Valadão super cool. É para curtir.
Mesmo partindo de uma perspectiva interessante, a "glamourização" da violência (tanto dos bandidos quanto da polícia), o filme se perde nos excessos de "licença poética para o crime", na falta de uniformidade do roteiro e nas más atuações do elenco.