Maurice Pialat filma o tormento do inconsciente do artista, do homem Van Gogh. Sua amargura, seu deslocamento, sua insatisfação. Sua tristeza por não ter sua obra reconhecida, incompreendida por sua família e todos à sua volta. É doloroso sentir o peso do mundo nas costas. De pintor para pintor, é a beleza da imagem.
Ritmo arrastado demais. A cinebiografia de Pialat é excessivamente fria na tentativa de ilustrar uma vida sem sensacionalismos. As atuações são estáticas e tudo soa como repentino.
Estranhíssimo e chatíssimo, portanto, coerente ter concorrido à Palma de Ouro. O ator que interpreta Van Gogh é de uma incapacidade que não sei se é falta de talento ou de propósito. Seja como for, qualquer das opções é bizarra. Empório do Cinema, 05-2016
Tanto no meio artístico quanto no pessoal, os derradeiros 67 dias de Van Gogh são expressados, sobretudo, com muita naturalidade. Resgatando com veracidade o espírito do final do século XIX na França.
Quando uma leve fidelidade aos fatos reais encontra uma condução perfeita, sem agressividades de nenhum tipo às vericidades do que é original, a fim de realçar tons e dar a outros um caráter mais abstrato, inclusive libertino, até! De muito bom gosto.
Apesar de longo, o filme não elucida totalmente o mistério da "grande depressão" do artista, perdendo-se em diálogos inúteis. E, embora politicamente correto, assim como o Van Gogh retratado, o filme carece de alma!