Lupas (9)

2023 Agosto - 072

É baseado na canção Lili Marleen, cantada por Lale Andersen, e no romance dela com Rolf Liebermann, no filme Willie e Robert. O filme tentou ser bem imparcial com relação a Lale e o nazismo, apesar dela ter ajudado discretamente, e por Robert, os Aliados, entretanto ao final, ela acaba por se render ao nazismo, para continuar cantando, sair da Lista Negra, precisou alterar sua famosa canção com ares militares, não se casou com Rolf, mas manteve uma amizade eterna, poderia ter rendido melhor...

Fassbinder elabora uma atmosfera de sonho, uma fábula para falar da doutrinação ideológica do espetáculo na Alemanha nazista. O escapismo de uma canção para inebriar as pessoas frente ao horror do totalitarismo. Não muito diferente de outras épocas.

Fassbinder tem alguns filmes beem desengonçados...esse daqui pelo menos termina brilhantemente.

Há muitos cortes bruscos e é curioso assistir a um filme alemão dublado em alemão (já que foi rodado em inglês!). Contudo, um filme importante que discute o peso da resistência e da cultura para o III Reich.

27/08/07

A Fassbinder interessa não enxergar a história como um passado neutralizado na poeira do tempo, mas como uma força que vive com a mesma intensidade de seus agentes humanos.

Melodramas de guerra já são bonitos,agora melodramas de guerra de Fassbinder são uma coisa de louco ! O exagero japônes de certas situações,a lindíssima fotografia nublada,a iluminação fosca,romances partidos e Hanna Schygulla. Esse conjunto bate...

A primeira meia hora é fraca e muito mal editada, mas depois Fassbinder, com seu estilo único e sensibilidade colorida, recupera a obra com o retrato dos alemães tentando encontrar alguma esperança em suas vidas, entre guerras e censura rígida do nazismo.