A pobreza como doença social. O poder libertador do conhecimento. A ligação com a terra. A violência impregnada na consciência do homem comum. O conflito de gerações. Impressiona a vitalidade e o humanismo com que os irmãos Taviani abordam todos esses temas. A mise en scène é impecável, arrebatadora, capaz de evocar as mais variadas sensações. Um filme revelador, comovente e inspirador.
Apesar de ser válida a crítica à repreensão educacional me parece que, apesar de ser um conto baseado em fatos verídicos de que a situação exposta é forçosa já que a figura do pai nunca parece ter algum interesse genuíno em seus filhos a não ser os exploratórios, o que me parece ser um mentira deslavada.
O lado B da Itália representado com talento e dignidade. A complexa relação entre pai e filho se soma ao contexto agrário e rende bons instantes de reflexão.
É através da reapropiação da cultura que Gavino irá buscar uma saída para seu estranhamento primordial. O pai, como a Natureza, é superado, mas não eliminado, como sugere a cena final. Persiste como memória-hábito, no gesto da vigília cadenciada no pasto.