O estilo extravagante e inquieto de Gilliam aos poucos se dilui e cede lugar a uma narrativa mais convencional que atesta uma bela simbiose dramática entre o saudoso Williams e Bridges.
Poderia ser apenas mais um dramalhão de autoajuda, só que o toque especial de Gilliam traz uma mediação curiosa entre desconforto e descontração, sarcasmo e inocência, convenção e surrealismo. Algo nada transgressor, mas com gratas surpresas.
A trama tem alguns lampejos de qualidade, ainda que seja um dramalhão nada crível. O elenco está bem (apesar dos trejeitos exagerados de Williams), mesmo que seus personagens sejam tão caricatos. Merecia um "tratamento" mais sério na abordagem.
O mais real de Gilliam - a fantasia e a loucura estão na cabeça do doidão, tem uma lógica interessante.
Há vários bons momentos, Jeff Bridges é separado, subia o nível de qualquer um.
Tem uma ida e vinda de roteiro muita repentina, meio pobre, mas termina bem, fechando com satisfação.
Cresceu demais quando vi depois de velho. Tem muito detalhe interessante sobre pessoas e convivências.
Mais para o bem que para o mal, é um típico exemplar 'Gilliano', que acerta ao transpor para a tela, mesmo que fantasiosamente, dramas e situações profundas, além de trabalhar com as emoções de maneira exemplar. Bridges está ótimo. Bom filme!