Tim Burton é um dos meus diretores favoritos, principalmente por sempre trazer aquele clima dark, gótico e sombrio. E "Batman" foi um dos primeiros filmes que assisti dele, e também um dos melhores se não o melhor. Quando o filme é uma adaptação cinematográfica para os quadrinhos eu sempre espero que haja fidelidade. E em Batman fidelidade foi o que não faltou.
A começar pelo clima: Gotham City sombria e escura foi perfeito para o filme. Não seria bom ver um Batman com cores e sol para todo o lado, e que ótimo que foi exatamente o contrário. Batman deve ser sombrio.
A sinopsa, bem resumida, é essa: a cidade de Gotham começa a sofrer dos ataques do Coringa e Batman, um homem traumatizado pelo assassinato dos pais e milionário a busca de justiça, vê-se obrigado a deter o palhaço do Crime.
O Batman/Bruce Wayne de Michael Keaton não tinha a aparência mas tinha aquele trauma nas costas da morte dos pais e o lado heróico. O Alfred de Michael Gough foi o melhor dos Alfreds, pois além de ser um velho querido e simpático (hehe) era conselheiro e bricalhão.
E para completar, o lendário ator Jack Nicholson interpretando o famoso palhaço do crime, Coringa/Jack Napier. Atuação perfeita, incrível, cheia de adjetivos bons, pois ele conseguiu ser o MESMO Coringa das Hq's, mesclando entre um assassino e um "piadista". Sem contar que a aparência é a mesma.
Em relação ao Coringa desse filme, muitos criticam o seu passado criado por Tim Burton. Eu já não critico, eu elogio, e muito. O Joker nunca teve um passado definido, e Burton arriscou criar um, e deu muito certo. No início do filme, Coringa possuia outro nome, que era Jack Napier, e ele era um mafioso. A transformação no arquiinimigo ocorreu na Axis Chemicals, quando ele foi dar um tiro no Batman, que defendeu-se e a bala ricocheteou no rosto. Napier perdeu equilibrio e caiu num tonél ácido, e aderiu a famosa aparência da pele branca, cabelos verde e o sorriso. Mais tarde, Bruce Wayne descobriu que Napier foi o assassino de seus pais no passado. Isso caiu muito bem, e ainda serviu para a relação Batman/Coringa: nas cenas finais, Joker diz: "Seu idiota! Você me criou, lembra? Você me jogou no tonél de ácido e blablabla..." e Batman lhe dá um soco, e depois responde: "Eu te criei, mas você me criou primeiro". De fato, foi isso mesmo, afinal, foi devido ao trauma da morte dos pais que Bruce Wayne se transformou no herói.
O desenrolar da história, os ataques do Coringa, a sua obsessão e admiração na mocinha Vicky Vale (Kim Basinger), a história dos personagens, de Batman, o desfecho... Foram todos escritos e desenrolados de boa forma. Talvez um único defeito do filme seja que o Coringa foi tão focalizado que talvez tenha ofuscado um pouco o protagonista, Bruce/Batman.
E foi com este filme que Tim Burton conseguiu tirar a imagem do gordo fanfarrão que se alojou em nossas mentes em consequencia ao seriado dos anos sessenta, onde aparentemente o humor era prioridade, e nos mostrou o verdadeiro Batman.
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