Um dos filmes mais aguardados da história. Um dos filmes mais aguardados por mim. Uma saga que começou quando eu era pequeno e me fez crescer assistindo.Uma saga,que de certa forma,me convenceu pela nostalgia e pelo fato de que,quando menor,adorei de forma incondicional,os primeiros filmes.
Hoje, não dava pra aguentar a ansiedade,não dava pra esperar mais de um dia,tinha que ser a meia noite e um,um horário sinistro,místico,um fim que chegava com ar de eterno,um fim épico,como os trailers vendiam.
O livro.O último livro não é,e nunca será meu preferido da séria,esse cargo esta guardado pro sexto episódio,porém,o sétimo livro era provocador e muito mais adulto que os anteriores, era a maturidade chegando a seu maior nível,era o fim que todos aguardavam.Se bem que na minha cabeça,eu não esperava que no final,o "grande" e vilanesco Voldemort morresse por um mísero "Expeliarmus",um mero feitiço de desarme,que o personagem central insistia em usar em toda sua vida,e que com uma poesia furada,serviu para vencer o grande maus.
O problema de Harry Potter está, justamente em seu personagem central.Ninguém é tão puro e tão bom quanto ele,ninguém na vida real é tão legal,tão carinhoso,e tão atencioso com todos,até mesmo com os vilões.Harry Potter não deveria ser morto nem deveria ganhar a grande batalha,deveria era ser canonizado,isso sim.Porém,você engoliu,como eu,todos os anos,e em todos os livros e filmes,porque você não queria saber de Harry Potter,você queria era conhecer os amigos dele,eles sim,mais humanos.Você queria descobrir o "mundo novo",você queria ver toda aquela magia,imaginá-la,se imaginar inserido naquele mundo.Portanto,todos vimos e aguentamos o jovem perfeito do Harry Potter,porque o mundo fantástico era muito mais divertido de se acompanhar e bem mais legal de se curiar do que a vidinha miseravelmente clichê de um órfão inglês.
Daí vieram os dois primeiros filmes, dirigidos pelo fantástico e senhor nostalgia, Chris Columbus,que nos apresentou ao mundo mágico e a escola mais querida e quem diria,desejada por todas as crianças. Os dois primeiros filmes, tinham um tom muito mágico e que alternava da magia legal,à momentos sombrios, por vezes,até de mais para crianças.Porém,o que fica na mente,serão sempre aquelas velas mágicas flutuantes sobre a cabeça dos jovens alunos,o chapéu seletor;com sua "dedo-duragem" explicitando a todos que o jovem Harry Potter deseja um "Sonserina não";ou a cena em que Harry e Cia caminham pela floresta negra,onde nenhum aluno deveria ir,e Harry acaba encontrando o misterioso vilão,numa capa preta,bebendo o sangue de uma criatura pura de mais;ou um bruxo gago,que se revela o vilão ao mostrar que possui um roso atrás de sua cabeça,e que esse rosto é o real vilão do universo bruxo;ou um Snape misterioso,porém defensor de Harry.Muitas coisas ficam na memória ao término do primeiro filme,ele sendo bom ou não para os críticos,porém,para as crianças (eu uma naquela época), uma série de cenas mágicas ficaram gravadas para sempre.O mesmo vai para o segundo.
Já no terceiro, as crianças já estavam maiores, já estavam com "seios" aparecendo, e bigode nascendo,mesmo que fininho. O tom pedira um diretor, menos mágico e nostálgico, mas um pouco mais sombrio. Por isso,a chegada de Alfonso Cuarón,que trouxera elementos ao cinema de Harry Potter,que desmistificaram muita coisa,mas aumentaram a curiosidade dos fãs,ao apresentar a viagem no tempo,ou lobisomens,ou Dementadores.O mundo de Harry,continuava sendo cravado em nossa memória,seja com o Noite Bus e seus passageiros que não acordam por nada,e seu motorista praticamente cego,ou seja com uma cena surpreendente,onde máscaras caem,e um animal se revela ser um grande traidor.As imagens continuavam gravadas,e nunca mais sairiam da gente.
O quarto filme,irregular,claramente não acrescentou muito ao mundo bruxo,a não ser por dragões ferozes e muito bem feitos,ou um Olho tonto rabugento e simpático.Mas cenas continuavam a se eternizar em nossas mentes:A apresentação das famosas maldições da morte pelo professor mais bizarro que Hogwarts já teve;As chaves de portal que,aparentemente são bem malucas de se viajar;Cabanas pequenas que por dentro se tornavam verdadeiras mansões,por assim dizer;Comensais da morte;E é claro,o retorno do grande vilão,dessa vez,em seu próprio corpo,numa cena fácil de não se esquecer.Mike Newell fizera um trabalho legal,sem muito a acrescentar no lado cinematográfico,mas que teve lá sua importância.
A chegada do quinto filme com um diretor desconhecido,trazia muitas dúvidas,porém, ao dividir,tanto a opinião da critica quanto do público,acabou afirmando o tal desconhecido como o diretor das ultimas sequencias,que viriam a ser quatro.A quinta parte já me decepcionara bastante,pela falta de clima mágico,realista,e sombrio.Porem trazia algo novo a saga:Carisma.A comicidade que David Yates trouxe às cenas onde os jovens contracenam foi um real acerto para toda a saga,porém, não só de comicidade e romances divertidos vive Harry Potter,e nas cenas mais dramáticas ou sérias,ele perdia um pouco a mão.O resultado:Praticamente nenhuma cena épica,a não ser os momentos finais,com globos luminosos explodindo em tela e a morte de um dos personagens mais interessantes que já haviam aparecido.
O sexto filme chega,e após várias visitas,percebo que é o melhor.O melhor,mais completo ate ali,o mais maduro e complexo.O mais romântico e divertido.O mais "Harry Potter".A fotografia daria as cenas um clima por si só,porém,a trilha sonora mais pesada que as anteriores ajudaria nesse quesito.O ritmo,devido a montagem,corria com perfeição e nunca se apressava de mais ou se atrasava.Os personagens estavam mais carismáticos,e cenas eternas não faltariam:Harry em seu dia de sorte num enterro aracnídeo com um professor bêbado;Harry beijando (finalmente) sua amada;Um batalha as escuras,sem trilha sonora,onde só os feitiços imperariam e culminaria num fim trágico a uma das casas mais queridas de todos os espectadores;E a tão famosa morte de um ídolo,não so de Harry,mas de todos nós!
Sétima parte, a primeira do "final épico”. Harry está mil anos luz do que era no primeiro filme,isso é claro.A história não se apressa e trabalha como nunca todos os personagens.O tempo concedido a adaptação é tanto,que nada fica faltando,na verdade,até sobra.Muito mais parado que os anteriores,deu o sinal para as crianças,já crescidas que acompanharam desde o primeiro filme,como um "filme do ano" poderia também,ser um filme mais pensativo,lento e dramático,do que mais rapido,corrido e com muita ação.Deu ao publico fã,que lia os livros o imenso prazer de colocar quase tudo em tela.E é claro,criou cenas épicas;só pra citar uma,Harry e Rony destruindo o medalhão.
Enfim, o fim.A oitava parte,a ultima,o fim de uma vida de filmes,sim uma vida.Cresci com eles,e aposto que você também.e durante muitos anos da minha vida,pude gostar,desgostar,amar,e me decepcionar com os filmes.Durante esse tempo,também aprendi a beijar,namorar,brigar,fazer e desfazer amigos e a viver no mundo real.E quando fui ao cinema,esperando esse final épico,esperava que um tipo novo de magia me fisgasse,que uma magia saltaria da tela e me faria relembrar tudo que senti,ao ver o primeiro filme.Esperando que todo meu ceticismo dormisse e que toda minha falta de senso despertasse e se ligasse durante e depois do filme.Porém,o resultado não podia ser mais decepcionante.A abertura (marca de todos os filmes anteriores) consegue ser a mais fraca da série.Sim,tem um certo peso dramático,devido ao que acontecerá mais a frente,porém,é muito corrida e sem o tema principal criado por John Williams,a coisa não é a mesma.A idéia de uma possível volta do nosso querido tema,assobiado e cantarolado por todos,era algo que meu coração nostálgico não podia aguentar.Na minha cabeça,a nostalgia estava imperando,e eu,é claro,só pensava em como o filme seria mágico e traria com si, a mágica de seus anteriores,sendo essa mágica,infantil ou adulta.Porém,a nostalgia que esperava não acontece,e as cenas que ficariam eternizadas em minha mente,também não.Há sim,uma nostalgia,porém bem mais sutil do que eu esperava.Estão ali os Diabretes da Cornoalia que infernizaram a vida do nosso trio no segundo filme;o chapéu seletor e sua espada salvadora;algumas falas retiradas dos primeiros filmes;a penseira;os dementadores;etc.Porém,o filme se preocupa muito mais em correr para que cheguemos logo a sua conclusão,do que em manter agente grudado e com mais carinho à trama.Tudo passa voando,as batalhas,os diálogos,tudo!E quando você menos espera,BUM!Sim,o Bum que McGonagall esbraveja em certo momento.É um baque,tudo acaba,e sim,vem o epílogo,e os atores estão mais velhos e o positivismo é legal,porém,os envolvidos não dão o devido valor a quem cresceu lendo e vendo a série,a quem chorou muito com os personagens,a quem ficava tenso com uma cena mais sombria quando tinha 11 anos,a quem se preocupava com os mínimos detalhes.A única importância óbvia,era a de encerrar a série e arrecadar a sua ultima boa quantia de dinheiro.
De repente, a depressão me ataca,como posso eu ter esperado algo tão maior e ao mesmo tempo menor que este fim?Como posso ter me deixado levar pelo positivismo de achar que seria como pensei?Porém, a única coisa que consigo pensar é:qualquer saga,jornada ou estreada que chega ao fim,acaba.E quando acaba,agente não quer,agente quer que continue,e geralmente,o fim,nunca é como desejamos.Porém,quando se trata de Harry Potter,eu prefiro muito mais o fim da minha mente,do que o que vi em tela.Triste,terminar uma jornada com tanta pressa,forçassão de barra (os beijos são o cúmulo do mau gosto) e pior,descaso com os fãs.Só espero que ao fim da minha vida,o que fique,sejam aquelas cenas que sempre me deixaram feliz,triste ou angustiado,mas que sempre farão parte da minha vida,pelo trabalho e carinho que os realizadores tiveram,e não uma correria explosiva com fim bobo,como foi este aqui.
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