A adaptação de games aos cinemas tem sido, nos últimos tempos, uma febre entre os cineastas. “Tomb Raider” fez grande sucesso, “Resident Evil”, nem tanto. Mas desta vez eles resolveram fazer o contrário: inventaram um jogo exclusivamente para o filme, e os espectadores assistem, simplesmente, aos personagens jogando o tal jogo. Estranho, não? Muito! Deu certo? Não.
“Stay Alive - Jogo Mortal” conta a história de jovens amigos altamente viciados em jogos de video game e online. Um deles, Loomis, recebe um novo jogo, chamado “Stay Alive”, para testar, tando a garantia de que é um dos jogos mais aterrorizantes de todos os tempos. O jogo é baseado na história de Elizabeth Bathory, uma condessa que matava jovens e se banhava em seu sangue. Não posso negar que o jogo me atraiu, mas o que acontece com as pessoas que jogam é o que tira totalmente a crença de que estamos assistindo a um filme sério: sem motivo aparente, quem morre no jogo, morre na vida real. Quem mata? A própria condessa. Como ela faz isso? Pergunte à imaginação ilógica e ilimitada dos produtores do filme!
Como já foi dito anteriormente, Loomis recebe o jogo para testar e morre após ser morto no jogo. Seu amigo de infância (e de video games), Hutch, sente-se culpado pela morte do amigo, pois ele deveria estar jogando com ele na noite de sua morte. Para “compensar”, ele reúne os amigos para jogar Stay Alive em memória de Loomis. No dia seguinte, a matança da condessa continua, fazendo de vítima o chefe de Hutch, Miller. Premissa perfeitamente previsível para os amigos começarem a tentar desvendar os mistérios dos assassinatos e o modo como podem fazer isso parar.
A obviedade do filme pára nisso, porque a história gira em torno do próprio jogo e das mortes em massa provocadas pelo mesmo. Não há mais nada, apenas isso! Ah, e é claro, tem ainda as subtramas decorrentes do jogo, como a suspeita de que Hutch seria o autor dos crimes, o que dura, no máximo, 20 minutos. Um desafio à paciência dos espectadores, que, se tiverem o mínimo de bom gosto e, eu me arriscaria a dizer, senso de ridículo, não se conforma em pagar o ingresso e/ou perder uma hora e meia de sua vida assistindo a um filme que mostra um bando de jovens que não fazem absolutamente nada além de ficar o dia inteiro jogando ou buscando uma explicação para o inexplicável!
Outro fato que me intriga é que, mesmo com as mortes não cessando, com mais e mais amigos morrendo, os sobreviventes continuam jogando! Por que não, simplesmente, acabar com o jogo, tirar o CD do drive, sumir com o CD?? Além disso, por que, quando as pessoas jogam uma rosa, a condessa se afugenta??? E o pior: isso acontece tanto no jogo quanto na vida real! Absurdo!
O elenco também não ajuda. Jovens sem muito talento foram escalados para fazerem de Stay Alive um espetáculo de horrores, um filme que só agrada àqueles fanáticos por video game, que nunca tinha visto um filme cujo tema central é um game. Mas, ao se depararem com um filme em que praticamente nada se encaixa, exceto pelos figurinos interessantes e pela trilha sonora boa, mas inoportuna, esses mesmos fãs desanimam.
Stay Alive é um filme para ser visto uma vez comendo pipoca no cinema com a pessoa amada do lado. Por quê? Quem vai ao cinema com a pessoa amada, não vai ver filme nenhum, né? E, convenhamos, pagar para ver esse desastre só vale a pena desse modo mesmo!
Comentários (0)
Faça login para comentar.
Responder Comentário