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Críticas

Cineplayers

Ultimato consegue surpreender e ser melhor que seus já bons antecessores.

8,0

Este ano foi considerado, por muitos, o ano das decepções em se tratando de terceiros filmes de séries de sucesso, como Piratas do Caribe, Homem-Aranha e Shrek, já que os longas, na opinião da maioria, deixavam muito a desejar em relação a seus antecessores. O Ultimato Bourne chega para pôr fim a essa “maldição dos terceiros”, já que o novo trabalho de Paul Greengrass não é apenas um ótimo filme, é também o melhor de todos da série sobre o agente Bourne. Completando os elogios, pode-se dizer que estamos diante do melhor filme de ação da temporada, superando o bom Duro de Matar 4.0.

Em A Identidade Bourne, primeiro da série, o agente Jason Bourne, interpretado em todos os longas por Matt Damon, tentou decifrar pistas sobre seu passado, após ser encontrado boiando no Mediterrâneo. No segundo filme, ele partiu para se vingar de quem havia lhe causado mal e decidiu parar de matar depois de se vingar dos responsáveis pela morte de sua mulher. Mas, ao ler, em um jornal londrino, uma matéria sobre ele, Bourne volta a ser alvo em potencial do governo norte-americano, que o considera uma ameaça. Com isso, o agente decide descobrir mais sobre o seu passado, para saber quem o treinou e o transformou em uma máquina de matar. Para tanto, ele precisará driblar agentes federais, agentes especiais e a polícia local dos diversos países pelos quais passa.

O Ultimato Bourne é um filme pulsante. Impossível piscar os olhos durante todas as cenas. Elas são extremamentes envolventes. O filme já começa com uma seqüência de ação, e depois disso, não pára mais. Um dos grandes momentos é o encontro de Bourne com o jornalista que escreveu a matéria de jornal, na estação de trem. O espectador não é poupado em momento algum. Além de ser uma produção de tirar o folêgo, o terceiro filme do agente Bourne exige, em suas quase duas horas de pura adrenalina, que seus espectadores estejam dispostos a colocar o cérebro para funcionar. Ação inteligente, mais próxima do real, as cenas tiram o folêgo pelas perseguições, pelo suspense, e pela força dos diálogos. Um roteiro escrito por quem demonstra entender o conceito de um bom filme do gênero.

Paul Greengrass está perfeito na direção do longa. Uma direção que transmite toda a tensão da história. Sua câmera trêmula passa a idéia do nervosismo constante de todos os personagens do filme. Além do mais, o diretor arrancou grandes atuações de todo o elenco, e Matt Damon, que já aparecera bem no recente O Bom Pastor, dá mais uma demonstração de todo seu talento, desmistificando a idéia de que é um ator limitado. Com um filme que não tem força para prêmios, Greengrass, depois de ser indicado ao Oscar por Vôo United 93, comprova seu talento e coloca de vez seu nome entre os grandes diretores da atualidade. No fim das contas, o cineasta nos apresentou uma série elegante. A edição é um dos pontos fortes do filme, que, além do bom trabalho nesse setor, conta com uma equipe técnica competente nos mais diversos aspectos. E talvez seja justamente isso que torne possível afirmar que os três filmes formaram uma série elegante e charmosa.

Com uma duração na medida certa, essa complexa trama sobre espionagem, aproxima-nos ainda mais de uma realidade estarrecedora (escutas ilegais, espionagem, torturas) que parecia existir apenas em filmes de Hollywood. O Ultimato Bourne é o melhor filme de ação do ano, um dos grandes filmes do verão norte-americano, e uma produção de qualidade assegurada.

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