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Senhor dos Anéis: As Duas Torres, O

(Lord of the Rings: The Two Towers, The, 2002)
8,3
Média
1400 votos
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Sua nota

Críticas

Cineplayers

Seth vai Cinema, mas todas suas expectativas não foram atendidas pela continuação.

7,0

Filas, filas e mais filas... Tudo para conseguir assistir “As Duas Torres” em sua estréia. Filas! Quem não as enfrentou? Uma atrás da outra. Filas para comprar o ingresso, para entrar na sala, para ir ao banheiro, para comprar pipoca no intervalo de 15 min. durante a projeção e até mesmo para sair do cinema. Aqui em Campo Grande (MS), o Cinemark viveu um de seus dias de maior agitação, filas quilométricas e várias salas completamente lotadas em apenas alguns minutos de venda de ingressos.

Bem, mas vamos ao que interessa, o filme. A projeção inicia-se com as belas imagens das montanhas da Nova Zelândia onde foram gravadas as cenas que por ali se passaram. “As Duas Torres”, diferentemente de “A Sociedade do Anel”, tem um início bem mais agitado. Introduções e apresentações foram substituídas por uma batalha muito esperada pelo público desde o término do primeiro filme, a luta entre Gandalf e Balrog. A luta dá impressão de que será realmente boa, mas depois de muitos quilômetros de abismo abaixo despencando, as cenas não convenceram tanto. Para piorar, corta-se um pedaço importante da mesma. De uma hora pra outra Gandalf e Balrog saem das profundezas de um abismo gigante para estarem lutando no pico de um alta montanha. Mesmo com o narrador explicando, fica difícil de engolir... Mas como estamos falando de um filme de “fantasia”, passa!

A partir daí o filme começa a tomar seu rumo. O tema (clichê) “salve o mundo” toma conta do filme e o molda até o final, não finalizando-o, apenas adiando-o. Tudo parecia estar se encaminhando para a batalha de Helm, e de fato, estava mesmo. Particularmente, gostei muito mais dos momentos “não-clímax” do filme aos pontos de clímax propriamente ditos, que se traduzem na forma das batalhas de Gandalf e Balrog e a batalha de Helm.

Os cenários são belíssimos, bem como a direção de arte, a maquiagem e as vestimentas. Enfim, nesses aspectos o filme é impecável e dá um banho em muitas obras famosas justamente por esses quesitos. O som é bom, entretanto, a trilha sonora resume-se a “mais do mesmo” partindo do ponto que todos se lembrem da trilha de “A Sociedade do Anel”.

Bem, estava ansioso para comentar isso, portanto vamos logo a um dos melhores pontos do filme: Gollum. Simplesmente fantástico! Interpretado por um ator comum e realçados por maravilhosos efeitos especiais, Gollum leva consigo algumas das melhores passagens do filme. Ele é simpático, divertido, alegre e algumas vezes até bota medo. Já é um personagem marcante para o cinema. Suas passagens eram perfeitas, desde suas falas a seus atos, tudo em perfeita harmonia que não fazia com que o público se enjoasse do mesmo como um certo “Jar Jar Binks”... Sem comentário, não há nem margem para comparação. Gollum é melhor em todos os sentidos.

Uma cena inesquecível, ou no mínimo inusitada, aconteceu comigo durante a sessão e provavelmente deve ter acontecido com muitos. Legolas está no chão e decide ir atacar o bando que estava prestes a atacar a turma toda que fugia para o local da batalha final. Nisso, um cavalo passa a seu lado e miraculosamente, ainda não se sabe como, Legolas monta de uma forma incrível no cavalo que partia em velocidade na direção dos inimigos. Nessa mesma hora, o público caiu em gargalhadas... Idosos, jovens e adolescentes riram por um instante e mais tarde bateram palmas, um olhando para o outro e se gabando que certamente também conseguiria fazer aquilo... Nada demais, mas foi um momento de descontração bacana.

Vamos a um dos pontos mais fracos do filme... Os Ents! Não me entendam mal: eles estavam muito bem caracterizados, de forma até magistral, fizeram frente até mesmo a Gollum, mas ainda assim não chegaram a grande maestria que nosso confuso pequeno chegou... Contudo, os diálogos entre os mesmos, entre eles e os pequenos hobbits e a reunião que fizeram eram super monótonos, tanto no filme quanto no livro (foi um erro ao meu ver a divisão entre as seqüências da Batalha de Helm e a Convenção dos Ents, ficava chateado toda hora que as cenas das batalhas eram cortadas para as seqüências dos diálogos entre os hobbits e os ents). Mas no final, somos recompensados pelas belas cenas dos Ents em Isengard. As cenas com Liv Tyler podem soar um tanto quanto clichês e chatas para os menos pacientes também.

Passamos ao clímax do filme então; a batalha de Helms. Realmente, é uma seqüência de cenas muito bem feitas e montadas. Gimili, o anão, está hilário em todo filme, mas particularmente nessa batalha, seus diálogos com Legolas quebram um pouco a tensão do público. Mas isso não é ruim, pelo contrário, é ótimo! Os dois disputando quantos matam mais então é demais... Entretanto, Peter Jackson não aproveitou muito bem um dos melhores momentos que a seqüência poderia propiciar. Notei que de certa forma tivemos mais tempo dado aos diálogos clichês entre o Rei e Aragorn a própria chegada dos reforços. O público realmente se empolga ao ver Gandalf e os demais chegando, entretanto, não muito é mostrado, e muitos (inclusive eu) saíram da sala querendo ver mais daquela seqüência.

Por fim, tivemos um diálogo um pouco “exagerado” entre Frodo e Sam. Claro, o poder de uma amizade verdadeira é arrebatadora e incrivelmente vista com bons olhos por todos. Entretanto aquele “Sou eu, o seu Sam!” Foi um pouco demais.

Concluindo, temos que “As Duas Torres” é um bom filme, mas não tão magistral quanto seu antecessor “A Sociedade do Anel” e nem tão pouco é “Filme do Ano”. Mas ainda assim não deixa de ser um passatempo pra lá de divertido e gostoso. Todos deveriam ir ver e curtir, principalmente Gollum... Vá ao cinema, encante-se um pouco e volte para a realidade mais tarde, até lá, Feliz 2003! Foi um ótimo presente de papai noel ter nos dado “As Duas Torres” em 27 de dezembro de 2002.

Ah, uma pequena outra decepção: o final do filme difere do livro para não deixar o telespectador muito "aflito" e "desesperado"... Uma Pena realmente. Parece que Peter Jackson terá muitas coisas a mostrar em O Retorno do Rei. Só nos resta aguardar!

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