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Oppenheimer

(Oppenheimer, 2023)
7,3
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117 votos
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Sua nota

Críticas

Cineplayers

Bomba, sexo, tesão ou constrangimento?

6,5

Christopher Nolan parte pelo caminho óbvio dos realizadores norte-americanos, que é se propor a uma cinebiografia de personagem histórico relevante, neste caso o criador da bomba atômica, no projeto Manhattan, J. Robert Oppenheimer. O diretor opta pelo seu didatismo habitual cerceado pela montagem de multitramas nas quais busca que se alinhem com o objetivo de corroborar a importância do protagonista sobre a proposição da bomba atômica, assim como pelo questionamento interno do próprio tendo lidar com sua criação, e no quão fora investigado quando dera sinais de arrependimento desta nefasta invenção.

O condicionamento de Nolan ao buscar entrar na mente de Oppenheimer é de acertada escolha quando se propõe a persegui-lo durante grande parte da duração dos 180 minutos da fita, assim como aposta na inserção de elementos físicos da invenção da bomba intercalados na mente de seu criador. Isso é bem salutar visto todo o processo de engenharia poética fria do cinema Nolan. Porém a habilidade destas inserções poderia ter sido mais bem explorada na conjuntura da obra. Mas não deixa de ser uma serviçal imagética para mostrar-nos como a figura esquisita de Oppenheimer se comportava. Como o tema é delicado e historicamente acachapante, as escolhas por demonstrar tanto narrativa, simbólica e estruturalmente as nuances de seu personagem principal, talvez seja seu maior acerto nesse filme. Onde ele não se delicia com aportes de uma fotografia deslumbrante, mas se contenta em fechar os planos e buscar absorver a psique de um homem controverso que fora um dos responsáveis por um momento de virada de chave da geopolítica mundial. Por isso a estrutura visa abarcar as reações de Cillian Murphy/Oppenheimer frente ao que cada vez mais gritante se aproximava: a bomba atômica.

Obviamente que dentro disto somos apresentados aos mais variados personagens satélites que rondam Oppenheimer afim de dar-lhes suporte, com alguns deles conseguindo destaque por conta de algum contraste narrativo ou pela qualidade dos intérpretes. Florence Pugh tem uma participação que rendera uma suposta cena polêmica que só se justifica se considerarmos o cinema assexuado do diretor. A transa com Oppenheimer. Algo que na verdade me motivara a sustentar este exemplo como título desse texto. “Tesão ou constrangimento?” O que diabos estas (são duas) cenas podem ratificar tanta gritaria? O diretor não havia dado suporte a tais intentos anteriormente talvez porque não tinha realmente preterido adentrar num personagem sob pressão como aqui assim o fizera, e o fato de ser uma figura histórica pode trazer isso a reboque para tal. A primeira mais parece um coito interrompido do que qualquer outra coisa. Acaba por servir para dimensionar a fração elétrica de semi esquizofrenia que chegou a unir estes dois personagens, onde a interrupção sexual é vista como oportunidade de uma leitura em sânscrito, para assim voltarem ao coito, e ela serve como uma prévia/preparo para a segunda. Constrangimento? Tesão? A segunda é vista pelo prisma do homem desnudo frente a uma comissão política que o acusa, inclusive apontando-o como pervertido sexual por conta de uma traição a sua esposa, o que traz na imagem o alegórico sexual do casal traidor trepando na frente da comissão que o investiga e de sua esposa que imagina a cena como bem entende. Nada de tesão. Pura tentativa de constrangimento. Uma sugestão do diretor em usar a imagem com uma carga simbólica gritante. E que não lhe era empregada anteriormente em seu modus operandi. Talvez por isso ela soe ainda mais esquisita do que o que para proposta ela fora. Mas assim mesmo, e por isso mesmo, ela funcione – apesar de curta, uma falha das sequências mais interessantes do filme. É o sexo esquisito, da figura estranhamente controversa, manifesto. O que diabos uma cena de sexo tem a ver com uma comissão investigativa? É aqui que mora a vontade do Nolan em explorar seu personagem e suas contradições. A evidência do desnudo. Poderia ter insistido mais na questão aliás.

Apesar de algumas diferenças, alguns maneirismos do diretor continuam na pista. Do excesso expositivo nem entro tanto em pauta, já que é um filme que visa descortinar a validação discursiva sobre a geração da bomba atômica, a verborragia era necessária, algo comum dentro do subgênero e não interfere tanto no processo. Um dos mais gritantes deles é o uso sub-reptício da trilha sonora de Ludwig Göransson, que possui o incentivo da direção para manter-nos imersos na trama enquanto se permite ficar teimosamente presente. Este operativo é exagerado e quase causa exaustão. Como a loucura de um Michael Bay nos entorpecendo com movimentos de câmera em simples cenas de diálogos dos personagens (salvas algumas proposições e considerações faraônicas). É a ideia de propor um tom a mais de exacerbação personalista ao Oppenheimer que a imagem já trazia. E tudo isto com um fim em si. Uma aposta na gênese da bomba e da cena da bomba pela imagem. Que tal como o sexo de constrangimento proposital, é ligeira, mas sem constrangimento, e até sem tanto tesão. Só rápida mesmo, algo que é surpreendentemente frustrante quando a proposta se visava (e muito se vendia) para este momento climático, que não persevera tanto quanto poderia, e acaba por se agarrar à poética de engenharia fria Nolan. O diretor toma isso como decisão. A bomba é o fim, mas ele está interessado pelos os meios. Sobre os meios, leia-se J. Robert Oppenheimer. A bomba era um fim em si para que se demonstrasse como prova não somente do poder, mas do pensamento consequencial desta criação. A cena subalterna imageticamente é, e frente aos olhos de Cillian Murphy ao contemplar sua nefasta invenção. Há uma dialética severa e estranha aqui. Ora, existe todo um preparo tanto acadêmico, narrativo quanto político no filme para a resolução da concepção do diabo da bomba, e as escolhas do diretor primam por parte de seus maneirismos em imagem e som que nos deixe quase exaustos diante dos procedimentos seguidos, e quando este clímax cedo chega (mediante a proporção da minutagem do filme), somos confrontados com o silêncio da falta de perspectiva musical para fins do estupro imagético da bomba. Tudo funcional, mas, porém, rápido por demais. Quase um gozo de uma transa constrangedora? A espera enorme foi por uma catarse pela imagem, com a qual nos é dada por um brevíssimo momento. Ele não teve o cinismo atroz de fazermos amar a bomba, mesmo que fosse por admiração contemplá-la. E não era esta a intenção.

Nolan quer seu personagem escancarado não para ser endeusado ou crucificado, mas para demonstrá-lo com uma figura que se quebraria com o tempo simplesmente porque ele é só mais um dentro de um sistema político que o queria por seu talento apenas e assim que fosse possível o relegariam ao esquecimento ou à morte, caso assim tão perigoso o fosse. Para isso servem as sequências onde ele é levantado pelos seus pares pela explosão em Hiroshima – "Little Boy" –, onde uma bandeira norte-americana vista ao fundo valida o feito conquistado; para em seguida mostrar o discurso de Oppenheimer (numa perspectiva que se desafia de forma mais introjetada na primeira pessoa), frente aos mesmos que o levantaram, e nisso ele enxerga o que diabos o fizera. A morte via explosão vista diante da cara derretida das pessoas enquanto clarões se seguem. Algo que adiante se repetiria quando a comissão o investiga e entra neste tema – as duas citadas aqui são as duas melhores sequências da fita. Mas nada de grandes arroubos em exagero, a sobriedade é demonstrada quando o exagero poderia tomar de conta. O arrependimento chega e Oppenheimer busca, a sua maneira, interromper a caixa de pandora que abrira. Não sem o filme tentar ostentar os percalços desta investigação que se salva em muito pela percepção do personagem de Robert Downey Jr – Lewis Strauss – que segura a tensão para compor e contrapor (algo inequívoco historicamente, mas foda-se) com Cillian Murphy. Nisso o clímax já tinha rolado a uma meia hora. O filme desfila elementos sobre a Segunda Guerra Mundial e as justificativas nela inclusas para se criar o projeto Manhattan e a bomba, e passa um leve comentário sobre a falta de propósito dentro do ambiente de guerra para soltar uma arma de destruição em massa sobre uma nação que era a última a se entregar e que estava nos seus estertores de resistência. Um comentário ao longe pra não passar despercebido. Nolan não é Oliver Stone. Não aperta o calo, não gira a faca na ferida. No máximo ele é o responsável por fazer um curativo no ferimento sem negá-lo. Ao longe. Ao contrário dos debates da comissão e perseguição ao Oppenheimer por seu passado vinculado ao comunismo, algo que seria mais usado como mote de punição e descrédito ao cientista por conta de sua campanha contra o programa atômico que ele mesmo teria ajudado a criar. Disso Nolan não se furta.

O desenvolvimento de uma obra desta envergadura necessitar-se-ia de um caráter de duração excessiva, Nolan sabia disso. Assim como creio que ele também sabia que para manter a estrutura narrativa do filme respirando precisaria de um puta elenco que testificasse com suas intenções. Ele é esperto. Assim coloca nomes tarimbados que segurem seu roteiro verborrágico com dignidade e conflito, mesmo sabendo do tamanho do texto. A consciência de um criador mediante os problemas da própria obra que inventara? Esperteza habitual? Cineasta que não aperta personagens escrotos? Demonstração de poderio econômico e simbólico sobre seus serviços? Tudo junto. As escolhas do diretor passam por um posicionamento narrativo que propõe a complexidade de uma figura como Oppenheimer de tal maneira que o criador da bomba atômica é mostrado com um sujeito de psicologia dúbia e problemática, não menos genial por isso, e o perigo do seu projeto nasce não por um direcionamento acusatório de terceiros, mas por um sonho em acabar com a guerra. Como se a bomba fosse a arma do juízo final que ninguém ousaria apertar o botão de ativação da mesma. Elemento este que seria brilhantemente usado como mote por Stanley Kubrick em Dr. Fantástico (Dr. Strangelove or: How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb, 1964). A fita propões estes questionamentos internos desse personagem acertando em suas reações e proposições internas de seu pensamento/comportamento conturbado, buscando dar uma tridimensionalidade à figura. A perturbação de um prometeu caído por suas escolhas. Algo salutar sim, mas sem apertar calos como poderia. Não explode absurdamente como promete e nem apunhala tanto quem merece como deveria, mas serve para pôr em perspectiva de debate sobre como tratamos monstros como humanos que são, e como algumas escolhas os tornam como e como isto os arrasta mental e miseravelmente pela história. Chamando-os de filhos da puta ou não.

 

Comentários (7)

carlos eduardo mendes | sábado, 27 de Janeiro de 2024 - 14:31

Primeiro que aquela cena de sexo foi uma bobagem, uma das maiores que eu já vi em IMAX.
Segundo:
Quando Nolan vai filmar de vez "Uma Breve História do Tempo" para demonstrar, de vez, que ele gosta de física quântica?
Mas existe uma diferença entre o Nolan de "Interstellar" e "Inception". Naquela época o diretor tratava seu público como idiotas.
Agora, consolidado, ele sabe que o público dele é idiota o suficiente, assiste Isabela Boscov, Sadowski, EntrePlanos, programa nerd no youtube: todas estas merdas que ensinam como não ver um filme em canais feitos por millenials, ou antigos contribuintes da SET.
Ou seja, agora ele definitivamente faz filmes para idiotas, não à toa foi um sucesso junto com "Barbie", outro filme para idiotas.

Por quê idiotas?

carlos eduardo mendes | sábado, 27 de Janeiro de 2024 - 14:32

Bom.
Eu estava pensando neste filme e em "Young Mr. Lincoln" do John Ford, e se algo não existe neste cinema de blockbuster moderno é a mitificação através da dialética( e eu estou falando apenas de dialética, independente de como essa dialética é apreendida).
É um herói já perfeito em uma jornada vitimizante em direção ao anti-comunismo.
E o filme acaba por não conseguir mostrar nada sobre Oppenheimer, o dilema que é uma guerra, ou sobre comunismo.
É mais um representante inchado abrindo mão de estética e conteúdo de qualidade, sem uma dialética, envolvendo questões de mea culpa do povo liberal americano. A não ser que estética seja apenas o uso do filme e do escopo. Ou aquela babaquice de criar tensão com um discípulo de Zimmer que faz música pseudo-serial irritante e uma montagem frenética para que todos vejam....uma bomba explodir. Ou aquelas intervenções/flashs ilustrando conceitos físicos. Por que ele não trabalha na série "Cosmos"? Funciona na TV.

carlos eduardo mendes | sábado, 27 de Janeiro de 2024 - 14:32

Este filme é para os que desejam a guerra hoje, o que "Schindler's List" é para os skinheads: um deleite.
E toda aquela fotografia de grife.

Está virando o Spielberg da vez, o dos dramas políticos. Maniqueísmo e um amontoado de clichês e drop names da ciência:
"Olha que legal...Einstein?!"
"Olha que legal...Eisenberg!"
E Nolan como eu disse, sabe que faz filmes para idiotas, como na cena em que Oppenheimer diz para o general do Matt Damon, enquanto eles conversam sobre Niels Bohr, depois de ser questionado se o físico era importante, se ele "...conhecia alguém que já provou que Einstein estava errado...". O que Nolan faz? Corta para uma cena anterior com o Bohr aparecendo, para os idiotas entenderem o diálogo.

carlos eduardo mendes | sábado, 27 de Janeiro de 2024 - 14:33

Mas talvez Nolan esteja enganado ao deixar de ser um vazio-auto-explicativo pseudo-cerebral. Seus fãs continuam burros. Então como fazer a biopic de Oppenheimer?
Simples. Cria uma espécie de thriller político e aumenta o maniqueísmo a-histórico e patético no overacting e no frenetismo da música e da edição. Difícil achar um bom shot no meio deste escopo: até porque o público de Nolan nem sabe o que é "Um bom shot". E Nolan não é original, ele na verdade é a versão mais tecnológica/IMAX da falta de originalidade do cinema que começou a surgir cada vez mais à partir do final dos anos 90.

Então: sem estética, repleto de clichês de décadas de cinema de baixa qualidade, e sem nenhuma percepção dialética sobre política, guerra ou o dilema do biografado, este filma acaba servindo para os fãs de "Barbie", porque eles também acham que o que Greta Gerwig fez foi estética. Porque hoje a mediocridade perdura.
E vocês que acham isto uma obra-prima, são tão vinculados à mediocridade quanto.

carlos eduardo mendes | sábado, 27 de Janeiro de 2024 - 14:34

O século XXI não matou o cinema, mas em matéria de Hollywood, continua criando idiotas, mas num contexto histórico cada vez pior.

carlos eduardo mendes | sábado, 27 de Janeiro de 2024 - 14:56

Deixar claro que quando eu me refiro à idiotas, eu me refiro aos que acham que estes filmes são obras-primas, ou em alguns casos, progressistas ou liberais. Não. São neoliberais.

Ted Rafael Araujo Nogueira | sábado, 27 de Janeiro de 2024 - 16:54

Pois eu achei o máximo de provocação que esse filme pôde conceber (mesmo que seja uma rola meia bomba). Na risca - sem comparar com outros. Me atendo aqui à perspectiva histórica de cinema do Nolan. Os filmes que ele faz é para o público médio mesmo, com um verneiz metido a gaiato de complexidade. Inclusive o explicacionismo exagerado dos filmes dele por vez é considerado complicado por parte do público médio também. Saindo do escritório e conversando com a galera dá pra descobrir isso. Eu creio que mais idiota é o excesso de enaltecimento a ele, tanto quanto o excesso de haterismo. Mas enfim foda-se esse tópico que eu trouxe.

Ted Rafael Araujo Nogueira | sábado, 27 de Janeiro de 2024 - 16:55

Eu enxerguei um dialética de linguagem escolhida pelo Nolan (mesmo que pobre esta dialética seja, não interessa). Caso tu ache que dialética é uma terminologia acadêmica (superior por demais) e sacralizada demais para ser usada num trabalho popularesco, escolha a palavra contradição estética, que sob certa medida pode funcionar tortamente. Porque ao invés de se render ao exagero da urgência do objetivo do filme na questão da bomba, ele escolhe um padrão um pouco mais low profile - ao mesmo tempo que barulhento e verborrágico, nisso que enxerguei a dialética pobre. Não é porque o filme é da galera que ele não faça uma dialética pobre. E é proibido? Aí a gente parte pra um elitismozinho merda sobre arte. Ou só o John Ford pode fazer isso?

Ted Rafael Araujo Nogueira | sábado, 27 de Janeiro de 2024 - 16:56

Claro que o filme é pomba mole na crítica (a dialética que citei foi outra). Sem dúvidas. Trata o Oppenheimer quase como uma vítima do próprio descalabro que ajudou a criar (no máximo dando um mea culpa através de choramingo), e não aperta a responsabilidade dos liberais. Filme norte-americano pra aloprar em cima da culpa deles próprios não é esse aqui. E estética existe em todo filme. São escolhas propostas pela direção e envolvidos. As escolhas do filmar. Seja do Nolan, Michael Bay, Zé do Caixão ou do Kubrick, agora se a estética é Zé bunda ou não, aí é outro debate.

Não existe morte do cinema. Isso é baitolagem provocativa de gente como o Godard (a não ser que o sujeito seja burro pra crer nisso a sério) que aponta que o cinema morreu e passa os vinte anos seguintes fazendo filmes sobre isso. Na provocação é ótimo.

Ted Rafael Araujo Nogueira | sábado, 27 de Janeiro de 2024 - 16:59

Filme em hollywood é um produto do meio. Liberal. Produto de empresas, onde as mesmas só permitem que ele exista através de um filtro que não avacalhe o status quo. Isso é mais vistoso na porcaria do Barbie. Besta foi aquele que acho que o Nolan faria uma crítica sagaz. Ele é mala, fica ali no limite do vitimismo e da crítica ao Oppenheimer. Sem apertar ninguém. Nesse ponto até o citado Michael Bay aperta mais no calo quando decide assim faze-lo, mesmo que sobre a proteção da sátira, mas ainda assim protegido na gaiatice.

Ted Rafael Araujo Nogueira | sábado, 27 de Janeiro de 2024 - 18:39

Pra sair transtornado e doido com um filme tem, que saber escolher Barbieheimer (copiei esse neologismo de merda) que não tem como ser.

Ted Rafael Araujo Nogueira | sábado, 27 de Janeiro de 2024 - 18:42

Eu puxo a discussão dentro do filme daquilo que dá pra propor. Sem querer encontrar algo que ele mesmo não pode impor por não querer.

Ted Rafael Araujo Nogueira | sábado, 27 de Janeiro de 2024 - 18:44

As programações aqui também são boas. Inclusive teve um festival sensacional. O Sinistro Fest. Que eu fiz a cobertura do material. Festival somente de cinema fantástico e de terror.

Ted Rafael Araujo Nogueira | sábado, 27 de Janeiro de 2024 - 18:46

https://www.cineplayers.com/artigos/festivais/ii-sinistro-fest-2023


Se liga aí. Muito material de qualidade. Espaço pra galera que começando.

Ted Rafael Araujo Nogueira | sábado, 27 de Janeiro de 2024 - 18:49

"E na verdade hoje a elite assiste estes filmes: MCU, "Oppenheimer", "Barbie". Existem filmes mais elitistas que eles?"

Esses incluíram um ponto a mais, por serem populares e elitistas. Concordo. Mas a minha afirmação era sobre a pecha acadêmica. Essa divisão era mais latente. Hoje está mais imbricada. Assim como a visão estreita de figuras que só enxergam o fascismo se um maluco por exercito nas ruas e os caralhos. Os métodos se transmutam e abraçam novas epistemologias na intenção de passarem desapercebidas do que querem. O perigo é esse.

carlos eduardo mendes | sábado, 27 de Janeiro de 2024 - 17:13

Na verdade eu estava mais respondendo em conjunto contigo o que a Marcia Aires criticou. Justamente por me mudar para a capital(onde tem cinemateca, cinema de rua, parques, cafés,etc..) eu meio que "saí do escritório" de uma cidade menor(tu deve saber porque se eu não me engano tu também é da capital, Fortaleza). Então eu mudei toda a minha perspectiva sobre o cinema moderno mainstream e sobre o método de análise.
Mas é o meu método, não estou querendo contrapor nenhuma opinião minha contra a tua.
Eu acho "Oppenheimer" um filme ruim. Esta é a minha opinião, não é o objetiuvo debater. O que eu faço para analisar um filme hoje em dia: alguns críticos do passado, principalmente da época da Cahiers anos 60( de esquerda, mas ainda não radical, sob o editorial de Rivette), a dialética materialista de marx conforme foi interpretada por Brecht no teatro e traduzida para o cinema por Peter Wollen.

carlos eduardo mendes | sábado, 27 de Janeiro de 2024 - 17:19

E eu não acho que o cinema americano seja liberal. Há uma diferença entre liberal e neoliberal, que Chomsky inclusive explicou bem. Hoje o que impera é o neoliberalismo. O liberalismo clássico é quase excluído da geopolítica hoje.
Não acredito que Nolan tenha uma estética como disse, e sem estética não há política, e não há uma dialética(independente de qual) neste filme que na verdade é um amontoado de clichês hollywoodianos.
Não era só Ford claro, eu usei o "Young Mr. Lincoln" não porque foi defendido pelos leininistas críticos de cinema nos anos 60 com base na dialética marxista, mas eu falei da capacidade inexistente de não conseguir deixar de criar empatia, e nem mitificação. É o cientista perfeito rumo à vitimização.
O melhor cineasta para entender Brecht no cinema é Joseph Losey, antes de ser exilado pelo anti-comunismo, recomendo "The Lawless" e "The Prowler". Mas existem até hoje vários cineastas que se utilizam da dialética de alguma forma.

carlos eduardo mendes | sábado, 27 de Janeiro de 2024 - 17:23

Ainda não colocaram a ferramenta de edição. Odeio ver erro ortográfico nos comments. Parece quando tu manda um e-mail com erro ortográfico e depois não tem como corrigir.
Mas é isso Ted, eu radicalizei o meu método de análise. Acho que o cinema, principalmente o mais visto, está sim contribuindo para o colapso político. Com dialética não há maniqueísmo de desenho da Disney, não existe nazista de Schindler, mas nazista como deve ser: burocrata e frio como no livro da Arendt.
Com dialética não existe maniqueísmo, empatia, ou solução. Eu quero sair do cinema com um conflito construído por uma dialética, e não com uma biopic pavloviana.

carlos eduardo mendes | sábado, 27 de Janeiro de 2024 - 17:25

Eu quero sair transtornado com um dilema, um conflito construído através da dialética de opostos que possa gerar este dilema. Eu quero sair transtornado com isso, não com a solução e o alívio.

Ted Rafael Araujo Nogueira | sábado, 27 de Janeiro de 2024 - 17:52

Sou de Fortaleza sim. E cinema de rua mesmo aqui só tem um, inclusive é considerado um dos mais bonitos do Brasil. E teve mostra de cinema Bruce Lee por lá um dia desses. Isso sim é programação.

carlos eduardo mendes | sábado, 27 de Janeiro de 2024 - 17:52

Ms pra gente debater, dentro do contexto que eu me refiro, deveria existir este debate dentro do filme, e não existe nada. Então o que se discute? O conteúdo, o tema, o roteiro,etc...mas não se discute nenhum conflito que não foi solucionado pelo filme(há um maniqueísmo, então porque debater se o maniqueismo soluciona o conflito?).
Mas eu te entendi. Te entendo.

carlos eduardo mendes | sábado, 27 de Janeiro de 2024 - 17:55

Procura Cinemateca Capitólio - Porto Alegre no Google Ted.
Vi mostra de filmes da new wave tcheca, vi "Schaft", vi uma mostra Buñuel, vi Zé do Caixão, Sganzerla,foda...Puta curadoria, e sabe o que mais me surpreendeu: enche de gente razoavelmente. Se vier dar uma banda para cá eu te protejo, deixo o número aqui.

carlos eduardo mendes | sábado, 27 de Janeiro de 2024 - 17:55

Procura Cinemateca Capitólio - Porto Alegre no Google Ted.
Vi mostra de filmes da new wave tcheca, vi "Schaft", vi uma mostra Buñuel, vi Zé do Caixão, Sganzerla,foda...Puta curadoria, e sabe o que mais me surpreendeu: enche de gente razoavelmente. Se vier dar uma banda para cá eu te protejo, deixo o número aqui.

Ted Rafael Araujo Nogueira | sábado, 27 de Janeiro de 2024 - 18:18

O materialismo histórico dialético pressupõe a análise mediante realidade material de sua época (e controle da mesma), então qual a realidade material sob a qual esse tipo de filme é produzido? O máximo de aporte crítico que um material desse traz é aquele permitido por quem tem o controle dessa realidade material. Nem arranha a superfície.

Ted Rafael Araujo Nogueira | sábado, 27 de Janeiro de 2024 - 18:37

Quando citei o termo liberal, foi não sobre quem produziu o filme, mas sobre quem era responsável (e outros tantos que apoiavam) pelo projeto Manhattan.

Macho, como eu já afirmei, estética é uma questão de conjuntura de escolhas dentro de uma formatação artística. E o Nolan tem a dele com seus maneirismos. Se ela presta ou não é outro ponto. Inclusive politicamente tem o seu aporte. Eu não nego que tenha, afinal a existência de um projeto estético independe de prestar ou não.

Quando tu afirma que com dialética não existe maniqueísmo, mas a que esfera de análise tu se propõe? Porque numa análise micro o sujeito pode dividir e todo através desta perspectiva divisiva. Uma coisa não impede a outra. Se prestar ou não é outro esquema. Como já disse. A minha análise é no esquema historiador o todo agarrado obviamente no macro, mas com o micro na jogada. Aceitando a existência de todas as contradições.

carlos eduardo mendes | sábado, 27 de Janeiro de 2024 - 19:48

Existe uma polêmica sobre isto Ted. À partir de Brecht, e principalmente na crítica à partir dos anos 60, a dialética marxista em oposição ao hegelianismo( a negação da síntese como produto final da dialética) se tornou um método para os críticos leninistas. Esquece o Capital, sobrou o método e por isso que insisto em Brecht, por isso que comunistas como Godard ou a dupla Straub/Huillet chamavam Ford de brechtiano(assim como Jerrry Lewis, Welles, Lang, Losey).
Tese versus antítese, com a ausência de síntese o que sobra é o espectador ativo. Ele tem que ser confrontado com o dilema e o conflito entre a tese e a antítese, me no final do filme é o espectador que vai buscar sua síntese, que basicamente é perceber que não existe síntese nenhuma, apenas o dilema, apenas o problema como parte da natureza humana. Exemplos famosos: "Terra em Transe", "Citizen Kane", "The Lawless", "M", todo Godard, Fassbinder, Alea,etc...

carlos eduardo mendes | sábado, 27 de Janeiro de 2024 - 19:55

Não é um método que eu uso para analisar todo o filme, mas para ver até onde a política do filme vai.
Não vou analisar "O Mágico de Oz" por exemplo, neste sentido. Agora um western que lida com figuras históricas do passado e dilemas que vão de racismo à guerra, seja de Ford ou Raoul Walsh ou até mesmo do Clint, independente da política do cineasta, não deixa de ser um filme extremamente político, como os mencionados como exemplo ali em cima. É árduo pegar toda a taxonomia teórica para te explicar toda a história deste método e como evoluiu, no teatro, com Brecht trazendo esta dialética para a arte cênica nos anos 20 e gerando uma nova interpretação. Fácil é explicar de forma superficial o método.
Quanto ao maniqueísmo, não falo em tese versus antítese. Deveria ter especificado que o maniqueísmo que eu rejeito é o caricatural, é Donald contra Hitler, estas novas reformulações históricas que colocam sempre oi opressor como algo extraterrestre. Não, ele está ali e parece com nós.

carlos eduardo mendes | sábado, 27 de Janeiro de 2024 - 20:01

Vou dar um exemplo de uma crítica que fiz sobre "Beyond a Reasonable Doubt" do Fritz Lang para tu entender como eu interpreto um filme socialmente relevante:
"O roteiro de Douglas Morrow parece fazer do filme um veículo para uma "discussão socialmente relevante" bem específica: pena de morte.
Como Lang aceitaria, como ele realizaria algo que não faz parte de sua índole, o anti-dialético filme com "temática social" moralista? Um brechtiano, como demonstrou por exemplo em "You Only Live Once".

Fritz Lang desce ao subúrbio e aos submundos noturnos porque ele os conhece. Contrasta a aparente postura de classe média do escritor novato, prestes a se casar com a filha de um mogul do jornalismo, com as coloridas personagens do submundo aonde o personagem de Andrews desce.
Ao fim de tudo o filme não demonstra ser denúncia nenhuma, mas em seu último filme americano Fritz Lang joga cinismo nesta discussão, como fogo na fogueira....

carlos eduardo mendes | sábado, 27 de Janeiro de 2024 - 20:02

Quem foi querer ver algo, hoje, como "I Want to Live"(lançado dois anos depois para ser justo), toma um tremendo pontapé na cara.

Do aspecto moralista da primeira metade do filme, à total falta de confiança no ser humano que conclui o filme, Fritz Lang não se deixou levar pela pose do progressista-salvador. Se não havia como criar um estranhamento brechtiano em relação ao protagonista de começo, ele inverte a ordem, e joga mais uma vez para o espectador não a solução perfeita de um dilema sócio-político, mas uma discussão mais acalorada e ainda mais polemizada sobre a natureza humana diante do mais nauseante sentimento do espectador.
Brecht: cria o estranhamento com o absurdo da ideia em si e com o distanciamento da personagem de Andrews como alguém que não é complexo e nem definido, gera uma antipatia, um conflito surge no seio do público espectador e é lançado um desafio dialético sobre o tema principal do filme no momento da conclusão.

Ted Rafael Araujo Nogueira | sábado, 27 de Janeiro de 2024 - 22:46

Só não dá pra esquecer O Capital. Dilema? As lancheiras mercantilizadas não propõem dilemas, só vendem lancheiras através de um esquema formulaico. A exemplo cito Planeta Bur (Планета Бурь, 1962):

"Sci-fi soviético invocado que versa não somente diante da possibilidade em conhecer planetas outros, mas se desenvolve sobre como a existência de um colonizador interplanetário seria visto mediante o campo religioso, sociocultural e histórico. Tudo isto entre debates e divagações dos personagens enquanto perambulam Vênus e tentam sobreviver às intempéries daquele local. A fita se utiliza de uma parte técnica foda entre fotografia, direção de arte e efeitos visuais. Porrada demais." Lupa minha acerca desse filme.

E o citei porque a existência dele é a possibilidade de proposição política e filosófica de cinema. Os norte-americanos a época faziam Scifi mangofado de monstros. E este aqui propõe um discurso sobre colonialismo e violência como marco civilizatório.

Ted Rafael Araujo Nogueira | sábado, 27 de Janeiro de 2024 - 22:49

O filme põe o expectador não só a pensar, mas o provoca, o fazendo sentir-se inútil junto àquela jornada. Isso faz parte também da mentalidade crítica pós neocolonização a lá Alemanha Nazista. Não é epítome temporal ou espacial, mas um possibilidade estética. Sem anacronismo algum.

Ted Rafael Araujo Nogueira | sábado, 27 de Janeiro de 2024 - 22:50

Inclusive li que o próprio Kubrick meio que se inspirou nesse material para fazer o 2001. Mas não tenho certeza e trato como boato, mas é bem possível caso ele tivesse tido a sorte de acessar o filme.

Ted Rafael Araujo Nogueira | sábado, 27 de Janeiro de 2024 - 22:54

Colocar a figura como sendo um humano. É isso que eu concordei com Oppenheimer ser um ser quebrado, porém a linha disso pro vitimismo é tênue. Eu engoli essa na boa mas não expor o contraponto da falta de crítica necessária à figura.

Ted Rafael Araujo Nogueira | sábado, 27 de Janeiro de 2024 - 22:56

Eu lendo teu texto sobre Lang, depois de eu ter escrito sobre Planeta Bur, e durante esse processo estou aqui assistindo Highlander - O Guerreiro Imortal (Highlander, 1986), e tomando Brahma duplo malte.

Ted Rafael Araujo Nogueira | sábado, 27 de Janeiro de 2024 - 23:05

Eu vi autocrítica do Lang uma vez (não cínica, obviamente), onde ele assumira que o final do seu Metrópolis mais parecia um pré-nazismo, e que disso ele se arrependera. Se não me engano a esposa dele era até simpatizando do nazismo. Mas esses caras introjetam sua autoralidade através dos signos de cinismo ou sátira talvez. Quando bancados por estúdios. Um dos graúdos que aloprou em sua crítica com algo realmente relevante foi John Carpenter que uso do seu Fuga de Los Angeles para não só pregar uma peça de 60 milhões de dólares ao estúdio em 1996, mas fez da fita um sarro gigantesco não só com a cultura política (e geopolítica) norte-americana, mas com o poder dos estúdios e seus vícios estéticos e morais. Se essa indústria cultural lambe tanto aqueles que dela se projetam a amar (a premiação do Oscar 2012 para O Artista é só um dos exemplos), pode muito bem defenestrar quem dela se desfaz.

Ted Rafael Araujo Nogueira | sábado, 27 de Janeiro de 2024 - 23:06

O Carpenter passou por um boicote ainda mais severo após este filme. Que se foda, ele 2 anos fez Vampiros de John Carpenter de forma independente. Por isso está certo o Coppola que gravou o Megalopolis com grana do seu bolso.

carlos eduardo mendes | domingo, 28 de Janeiro de 2024 - 01:00

"Mas esses caras introjetam sua autoralidade através dos signos de cinismo ou sátira talvez. Quando bancados por estúdios. Um dos graúdos que aloprou em sua crítica com algo realmente relevante foi John Carpenter que uso do seu Fuga de Los Angeles para não só pregar uma peça de 60 milhões de dólares ao estúdio em 1996, mas fez da fita um sarro gigantesco não só com a cultura política (e geopolítica) norte-americana, mas com o poder dos estúdios e seus vícios estéticos e morais."

A mulher do Lang, Thea Von Harbou realmente era simpatizante do partido mas eles já se tinham divorciado. Era uma grande roteirista. Eu conheço esta entrevista, ele parece tentar lembrar de memória, mas hoje a gente sabe que é um grande filme; estranho é que Lang rejeitava o teórico Kracauer(que defendeu que havia filmes que refletiam o que estava para acontecer. Mas em Hollywood ele foi muito cínico mesmo, mas brilhante e subestimado. Seus dois últimos fora, foram adaptações de romances de Thea,ótimos.

carlos eduardo mendes | sábado, 27 de Janeiro de 2024 - 17:40

" Caso tu ache que dialética é uma terminologia acadêmica (superior por demais) e sacralizada demais para ser usada num trabalho popularesco"
Jamais vou achar isto, apesar de não achar que haja uma dialética neste filme, espero o máximo que o termo dialética seja cada vez mais usada para explicar justamente um filme popularesco. Eu não sou upper-class, e comigo não existe termos como "haterismo". Se Nolan fizer um filme que eu goste, eu não vou ter vegonha de dizer que gostei: a vergonha seria haterismo.
Eu estou levando mais à sério mesmo: não gosto dele. O simples e antigo: não gosto dele. Sem termos importados como "haterismo".

carlos eduardo mendes | sábado, 27 de Janeiro de 2024 - 17:45

E na verdade hoje a elite assiste estes filmes: MCU, "Oppenheimer", "Barbie". Existem filmes mais elitistas que eles?
Isso é ainda pior. Não devia existir o termo elitismo no cinema para se referir a um diretor extremamente popular como John Ford/John Carpenter/Hawks, e fazer uma contraposição a um cinema que lida com a teoria na práxis como Godard. Tudo é cinema. A elite está nos comprando é com estas bobagens neo-liberais disfarçadas de popular, estes blockbusters imbecis: o jogo da elite hoje está nestes filmes do Oscar.

carlos eduardo mendes | sábado, 27 de Janeiro de 2024 - 17:48

Na verdade faz tempo que a elite faz isso, usa do popular para nos comprar, desde justamente o final dos anos 70, com o começo do neoliberalismo americano se consolidando com Reagan, e britânico com Tatcher. Desde que Barbie(um brinquedo populoar) era só uma boneca construída em sweatshops.
Mas....como eu disse. Tem que largar a exaltação do espetáculo e da dopamina para se livrar, a elite nos compra através do espetáculo, do que eles formatam como "popular". Eles decidem o que é popular.

Ted Rafael Araujo Nogueira | sexta-feira, 23 de Fevereiro de 2024 - 23:10

O discurso do cão de guarda do neoliberalismo é popular. O Fascismo. Discurso fácil. Que engaja e é adorado pelas elites enquanto tem serventia. Mas há uma diferença entre intelectualidade, elite e cultura de massa. Nem escrevo sobre aquela bizarrice de alta cultura que os adeptos de qualquer protofascismo tem tesão.

A popularidade do John Ford é algo mais voltado a cultura da cinefilia Isto falo da perspectiva que eu tenho de Brasil. A turma que consome popularmente cinema dificilmente sabe quem diabos é John Ford. Não que por isso ele seja nichado por isso. É simplesmente o tempo passando e as gerações vão escolhendo seus ídolos.

Oscar nunca foi só cinema. Oscar é política. Comemorar Oscar choramingar por sobre um filme que ganhou ou perdeu é uma jumentice. Ora, se quem fizer a melhor campanha com verba e joguete político, as qualidades estéticas dos filmes vão pra casa do caralho.

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