Após o ótimo Procurando Elly, eis que Asghar Farhadi consegue se superar neste A Separação.
O filme conta a história de Nader (Peyman Moadi) e Simin (Leila Hatami), um casal que busca o divórcio por conta de uma série de divergências. Na visão de Simin, ela e sua filha Termeh (Sarina Farhadi, filha do diretor) terão melhores condições de vida fora do país. O marido, entretanto, não deseja ir embora por conta de seu pai, que sofre com a doença de Alzheimer e precisa de cuidados constantes. Porém engana-se quem pensa que o filme é só isso, ao contrario, esse é apenas o desencadeador de tudo que acompanharemos ao longo das 2 horas (prazerosas) do filme.
Um filme que já no seu início me conquistou usando um plano fixo nos apresentar o casal principal diante de um juiz na tentativa de obter a separação. Com a não conclusão do divorcio, Simin muda-se para a casa da mãe e deixa Nader e Termeh – que fica com o pai com a esperança de que a mãe retorne, e para conseguir dar conta de tudo, Nader contrata uma cuidadora, a religiosa Razieh (Sareh Bayat). Diante disso uma série de acontecimentos, seguidos de problemas caem sob a família, especialmente sobre o marido.
A partir daí, o q vemos é uma direção competente e ótimas atuações que somadas a um bom roteiro que em nenhum momento procura criar vilões ou heróis, apenas retratar pessoais reais tentando lidar com seus problemas pessoais e com a situação, sempre deixando a critério do espectador ao longo do filme escolher quem está certo ou quem está errado, não deixando de mostrar também a relação do povo iraniano com a fé, assim como, um sistema judiciário que aos olhos ocidentais, por vezes parece precário.
A destacar também o final do filme (do qual não falarei) que pode desagradar a muitos, mas que me deixou completamente satisfeito, fugindo do padrão hollywoodiano.
Enfim, um filmaço que mereceu tanto o Oscar, como o Globo de Ouro de Melhor Filme de Língua Estrangeira.
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