E chegamos ao 8º filme da dupla Burton/Depp. Novidades? Nenhuma. Você verá os mesmos elementos que tornaram a parceria um sucesso: Personagens estranhos (para dizer o mínimo) e cenários sombrios que fazem a alegria dos góticos.
Em 1752, o casal Joshua e Naomi Collins, acompanhado do filho Barnabas (Johnny Depp), saem de Liverpool e chegam ao Maine, América. O comércio pesqueiro da família prospera e logo o local é batizado de Collinsport, uma pequena cidade formada pelas famílias dos pescadores. Crescendo em uma vida de playboy, o jovem Barnabas renega o amor de sua serva, Angelique Bouchard (Eva Green). Como vingança, a mulher se revela uma bruxa e amaldiçoa a família Collins, chegando a matar o grande amor de Barnabas,transforma-o em um vampiro e o prendendo em um caixão, onde fica por quase 2 séculos até ser libertado inadvertidamente em 1972 por operários. Ao retornar a sua antiga mansão, encontra seus decadentes descendentes. Enquanto tenta se readaptar aos novos tempos, se coloca na missão de restaurar a glória dos Collins e então descobre que a bruxa Angelique ainda vive e o odeia. Ou o ama.
Em resumo, o filme é ótimo. Provavelmente o melhor trabalho de Burton/Depp desde A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça (1999). Sombras da Noite na verdade é uma recriação do seriado produzido entre 1966 e 1971 (1245 episódios!), sobre uma família muito semelhante à Família Adams, mas infinitamente mais legal (ao menos essa versão, pois nunca ouvi falar antes dessa série). Barnabas é um vampiro com ar cômico e que se apaixona pela jovem governanta da Mansão Collins, mas não é do tipo que se recusa a beber sangue humano, nem que seja o da própria família ou a de uma turma de hippies. O fato de estar morto e apaixonado também não interfere nos prazeres da carne, como o próprio descobre em um dos momentos mais, digamos, hilários do filme, quando cai em tentação novamente pela sua inimiga Angelique. O humor negro, aliás, é o grande barato de Sombras da Noite. A trilha sonora, uma ótima seleção de sucessos da época (o filme é ambientado na década de 70), inclusive traz a participação de Alice Cooper em pessoa, apresentando um show em pela Mansão Collins. Como era de costume naquela década, a trilha sonora como um todo é parte importante na construção das cenas. Tenho de mencionar mais uma qualidade em Burton: o homem sabe escolher bem o elenco feminino. Temos um time de limpar os olhos, com Eva Green, Bella Heathcote, e uma menção honrosa para Chloe Moretz. Enfim, um ótimo refresca-cuca.
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