A Segunda Guerra Mundial e o Vietnã foram os conflitos mais retratados pelo cinema. A primeira fascina por ser reconhecida como uma luta necessária contra o nazismo, a segunda apenas como um conflito meramente político resultando em milhares de mortes por uma causa vazia. A primeira, motivo de orgulho dos Estados Unidos. A segunda, sua maior vergonha.
A Conquista da Honra se situa na Segunda Guerra Mundial, mais especificamente a invasão americana à Ilha de Iwo Jima, solo japonês. A ação militar é retratada em segundo plano. O objetivo principal é mostrar como um grupo de soldados se tornaram herois nacionais devido a uma foto na qual fincam a bandeira americana na ilha de Iwo Jima, foto esta que é publicada fora de contexto no jornal The New York Times. Na época, o Estados Unidos precisavam arrecadar 14 bilhões de dólares para continuar na guerra, e então aproveitou o carisma dos soldados para arrecadar doações da população.
Em resumo, o filme é bom. Clint Eastwood, ironicamente o maior símbolo do cinema americano, teve a coragem de retratar uma parte vergonhosa da história americana. O filme se passa em três linhas de tempo que vão se alternando. Uma mostra a invasão de Iwo Jima propriamente dita, a segunda mostra o envolvimento dos soldados que posaram para a famosa fotografia e subsequente arrecadação de donativos para a causa da guerra, e a terceira se passa décadas após, onde os sobreviventes contam o que aconteceu. Eastwood ainda ousou mais, e mostrou a mesma batalha do ponto de vista dos soldados japoneses que defenderam a ilha até a morte em"Cartas de Iwo Jima".
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