Tim Burton volta à animação em stop motion
A técnica de stop motion está em alta e já vem dando ao cinema obras-primas como Wallace e Grommit e a Batalha dos Vegetais (Wallace and Grommit - the Curse of the Were Rabbit / 2006) ou A Fuga das Galinhas (Chicken Run / 2000); e alguns fracassos como Por Água Abaixo (Flashed Away / 2006). Só que essa técnica é bem mais antiga do que muita gente pensa. É usada desde meados da década de 1980. Michael Jackson a usou em seu único filme MoonWalker. Mas foi Tim Burton quem a tornou popular no começo da década de 1990. O estranho Mundo de Jack (1993) e James e o Pêssego Gigante (1996) são exemplos de clássicos.
E agora Tim Burton nos traz mais uma de suas obras: A Noiva Cadáver (Corpse Bride) / 2006) onde seu estilo é perceptível em cada canto dessa animação. Fotografia sombria, personagens que beiram ao, digamos, macábro, músicas e coreografias das mais criativas e claro, as suas famosas "travadinhas" durante a animação. Desta vez, Burton fez uso de um conto judaico-russo para criar o seu roteiro (com muitas semelhanças a Estranho Mundo de Jack).
As famílias Van Dort e Evergloot decidem se unir depois que os negócios desta última estavam indo para o buraco. Completamente falidos, os Evergloot decidem casar sua única filha Vitória (Emilly Watson) com Vitor Van Dort (Jhonny Deep) já que a família deste tem um capital seguro. Está indo tudo bem, até Vitor tropeçar em seu ensaio para o casório e todos se perguntam se ele quer mesmo fazer aquilo. Perturbado, ele decide sair para dar uma volta e começa a treinar os votos de casamento até se declarar a um cadáver (a tal noiva). A partir daí é muita confusão, música e diversão ao modo de Tim Burton.
Não é um filme ruim. Revolucionou a animação em stop motion, mas merecia um desenvolvimento maior de seus personagens e de sua história para que não ficasse tão estranha. O final é o mais inesperado possível e merecia maior destaque dos roteiristas. O ponto alto do filme é sua trilha sonora escrita e conduzida por Danny Elfman de forma coesa e primorosa. Os temas musicais são lindos, principalmente o de Vitor e Vitória e as canções dão o toque final ao filme.
Personagens divertidos ao limite (até porque o estilo de Tim Burton é sombrio demais para que haja certa dose de humor), mas são carismáticos do seu jeito. Vale a pena assistir, mesmo com alguns tropeços do roteiro.
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