Hilariante, divertido, um dos melhores filmes do ano.
Anette Benning e Julianne Moore dão vida a Nice e Jules, duas mulheres casadas que juntas tem dois filhos, Joni (Mia Wasikowska) e Laser (Josh Hutcherson), dois jovens que forma concebidos por meio de inseminação artificial de um mesmo doador. Quando Laser fica instigado em saber a identidade de seus pai biológico, ele convence Joni a ir atrás dele já que ela é maior e ele tem apenas 15 anos. Ela de inicio não deseja, pois tem medo de magoar suas mães, mas por curiosidade faz isso e encontram Paul (Mark Ruffalo), um homem engraçado, meio imaturo as vezes e que trará a essa família moderna um terremoto sem proporções.
Nic é uma mulher controladora e sistemática, devido a ser medica, passa muito tempo fora de casa, porém mesmo estando ausente, ela quer estar ciente de tudo o que acontece aos seus filhos, Jules já é o lado sentimental da família. Sensível e delicada, largou a profissão para cuidar dos filhos, sente o peso do tempo agindo sobre ela e o lado controlador de Nic muitas vezes insuportável sobre ela. Joni é a filha de Nic, madura e ingênua em muitos aspectos, está para ir para a faculdade, mas teme essa nova ideia. Laser, filho de Jules, é um esportista que vai mal no colégio e tem um amigo que não é uma boa companhia, é fechado, porém sensível. Sua curiosidade sobre Paul termina quando ele o conhece, pois ele não era o que ele imaginava, entretanto, Joni fica intrigada por ele.
Suas mães ao saberem desse fato querem morrer e matar esse sujeito, pois elas o veem como um invasor que não faz parte da família, mas aceitam a ideia de promover um almoço com ele. Nessa relação forçada criada pelos seus filhos, tudo começa a ruir.
Jules, magoada com a forma que Nic está levando o relacionamento delas e atormentada pelo fato que está ficando velha e não tão atraente assim, cai no papo e nos elogios de Paul e passa a ter um caso baseado em sexo com ele, mas ele mesmo se perde nessa nova relação que aparece na vida dele, porém não calcula ou pensa nos atos que comete, não tendo consciência do que poderá causar a essa família e aos seus próprios filhos que acaba de conhecer.
Com uma comedia gostosa e um drama sensível e comovente, somos levados a conhecer cada um desses personagens e torcer por eles. Nessa história, todos sairão feridos. O filme consegue ser engraçado quando dever ser, pois não há como não rir com as situações colocadas no começo do longa, mas também parte para a seriedade quando o momento pede. As piadas cedem espaço para um drama sobre uma família que apesar de ser moderna, guarda os problemas comuns referentes a todos. Insegurança, infidelidade, o tempo agindo e atemorizando, as difíceis escolhas que temos que fazer na vida e como sofremos no longo aprendizado que é viver. Joni e Laser estão crescendo, se descobrindo e tendo consciência da família que possuem e elas tem esse conhecimento e a chegada desse homem revelará as falhas, imperfeições e fragilidades de todos eles.
Minhas mães e o meu pai, título em português, consegue focar a história de forma direta. O nome do longa nos mostra sobre o que o drama ira tratar, coisa que o título original não faz, se prendendo a um nome mais poético e sensível, Estão todos bem. Eu, particularmente, ainda prefiro o original, pois nesse caso, o longa não quer trazer holofotes para o fato do filme ter como protagonista duas mulheres lésbicas, mas retratar um momento delicado de uma família.
O queridinho desse ano na esfera independente, esse drama já está cotado para ter as principais indicações ao Oscar, inclusive a de Melhor filme. Mas o que chama a atenção para esse longa, alem de sua história, é para o elenco. Benning está mais do que perfeita no papel. Ela dá vida a uma mulher decidida, controladora, mas que ama a família mais do que tudo. Sua atuação é simplesmente avassaladora. Tudo indica que ela levará o prêmio, mas nesse caminho tem Moore que também está impecável no seu papel. Vindo de uma carreira composta com fortes personagens em excelentes atuações, ela mostra que está mais do que na hora de receber um Oscar. Mark Ruffalo mostra também garra e competência. Um ator brilhante que vem traçando um caminho promissor. Seu personagem é hilariante e muito comovente. O que ele mais quer é acertar, porém acaba fazendo tudo errado.
O filme está conseguindo ir bem em diversos festivais por onde tem passado. Sua história é forte, mas a leveza com que é guiado fazem toda diferença, até a cena em que mostra Jules fazendo um sexo oral em Nic é engraçada e causa risos e não espanto. O longa sendo visto e tão querido pela crítica revela como as coisas vem mudando. Semelhante a Transamérica, esse drama mostra como a passos lentos o preconceito vai sendo deixado de lado. Está certo que no filme não há menção a esse tipo de problemas e empecilhos, dando a entender que elas vivem numa redoma de vidro, entretanto o fato das pessoas assistirem e gostarem são um ponto positivo.
Assim é esse Estão todos bem: intenso, engraçado, forte e audacioso.
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