Aproveitando-se da leniência cada vez maior do público em relação ao cinema de ação, Duro de Matar: Um Bom Dia Para Morrer (2013) surge completamente descompromissado em apresentar uma obra honesta e verossímil, constituida apenas de um extravagante artificialismo em um dos mais mediocres roteiros das últimas décadas, que contém erros incabíveis, inclusive coloca John Mclane como coadjuvante em seu próprio filme. Ausente de quaisquer projeção de sensibilidade, o diretor nos faz acompanhar uma perseguição bisonha, onde o excesso esmagador de cortes, zooms, e câmera trêmula impossibilitando qualquer tipo de compreensão, e tendo uma duração de 35 dos pouco mais de 90 minutos do filme, com isso o diretor ausenta-se também de qualquer tipo de lógica.
John McClane (Bruce Willis) viaja para a Rússia para ajudar seu filho aparentemente rebelde, Jack (Jai Courtney), mas descobre que Jack é um agente da CIA trabalhando secretamente, fazendo com que o pai e o filho se unam contra as forças do submundo do crime organizado. Com isso o roteiro tenta aprofundar-se na relação pai e filho, tentando criar os únicos traços de verossimilidade presente no filme, estruturados através de uma relação incerta, entretanto um previsível clichê exaustivo ao público.
Porém um dos mais incocebíveis erros do filme é colocar John Mclane em segundo plano, sendo o seu filho, Jack, o “grande” protagonista do filme, onde demonstra-se ser totalmente ineficiente ao criar um clima que pouco agrada aos fãs da franquia, relacionado a uma ação constante e imprevisível. Fãs que devem ter ficado indignados ao ver Mclane como coadjuvante, dando a impressão que a sua presença ali é apenas para atrai-los, tendo como fachada o nome de uma das melhores franquias de filmes de ação. É difícil imaginar que estamos presenciando um filme da franquia Duro de Matar, perdendo, neste último exemplar, todos os bons padrões de filmagens e roteiro instigante. Mesmo que nenhum dos outros filmes conseguiu se equivalar ao primeiro, todos mantém tais padrões, dosados em boas cenas de ação e difundindo o espectador através de sua imprevisbilidade, exceto o quinto filme, que se mantém estático à explosões que não levam a lugar algum.
As (raras) boas cenas do filme se dá através de alguns poucos momentos de felicidade de John Moore atrás das câmeras, que de tanto exaltar o artificialismo realiza uma ou outra cena de ação interessante. Mas seus exageros pertinente ao tal artificialismo o faz atingir momentos medíocres, como um corte de câmera a cada 1,5 ou 2 segundos, calhando em uma indisponibilidade para qualquer ituição do espectador, e sua câmera eternamente trêmula e insegura, na qual, auxiliada pelos burlescos zooms, dá uma impressão, ou melhor, a convicção de que o diretor é de um amadorismo grotesco, que tenta desse modo oferecer um ritmo alucinante, mas afastado de lógica e sensibilidade.
A incopreensivel paixão por clichês do cinema atual resulta em filmes como esse, que não traz nehuma novidade, raras qualidades, e ao carregar o nome de uma franquia de sucesso, deve-se ter no mínimo um respeito, fato que em nenhum momento foi demonstrado. Bruce Willis atravessa um caminho para um deprimente fim de carreira, com papéis fracos, personagens subdesenvolvidos, onde sua explosiva tensão de décadas passadas nunca volta à tona. Com isso vem frequentemente interpretando brucutus aposentados, RED – Aposentados e Perigosos (Red, 2010) e Os Mercenários (The Expendables, 2010) por exemplo, sendo apenas um reflexo do ator que atualmente é, um aposentado em ação.
Comentários (0)
Faça login para comentar.
Responder Comentário