Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte II
Após uma década com oito filmes e sete livros tudo que se diz à respeito de Harry Potter não é mais novo e nem suficiente. Harry Potter é grande demais para se retratar em apenas alguns textos, críticas ou notícias.
A franquia de Harry Potter nos cinemas sempre foi mais conturbada e com mais altos e baixos do que na literatura. Entretanto, a razão muitos parecem não notar. Só se exige/espera muito daquilo que de alguma forma sabemos que pode oferecer muito. E sem sombra de dúvidas o universo criado pro J. K. Rowling é capaz disso e muito mais.
Sendo assim, em muitas ocasiões saímos frustrados/decepcionados, sentindo que não tinha sido tudo que poderia ter sido. O pensamento era que os livros eram completos e os filmes nunca. E, de uma certa forma, era verdade.
Eis que chega aos cinemas Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte I e nos encanta com a sua riqueza de detalhes, com a sua fidelidade, e principalmente, com a sua calma ao contar uma história importante (A decisão de dividir o último livro em dois filmes, apesar de ter sido olhada com um viés capitalista, foi muita correta). E assim, uma ponta de esperança renasce nos fãs, as expectativas quanto à uma possível obra-prima crescem.
Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte II consegue fazer o que nenhum outro filme da saga fez. Ele supera as expectativas, tudo o que se imaginava foi abaixo do que esse grande filme apresentou. Detalhes ainda mais ricos, momentos ainda mais épicos e emocionantes mesmo não sendo tão fiel como a Parte I.
Isso é o mais peculiar e interessante desse filme. Ele é perfeitamente imperfeito. Há alguns furos, algumas mudanças e cortes importantes, no entanto a sensação de perfeição ao ver tudo aquilo é inevitável.
A película possui uma fotografia mais que impecável de Eduardo Serra. Uma trilha sonora magnífica de Alexandre Desplat e uma Direção de Arte que dispensa qualquer tipo de elogio, pois é simplesmente encantadora.
Os efeitos especiais e visuais estão arrebatadores. Sinceramente, acho que se dessa vez Harry Potter sair sem nenhuma estatueta de categorias técnicas será uma das maiores injustiças da história da Academia.
Os atores são tudo de melhor que a Inglaterra possui. Eles são nada menos que brilhantes. Maggie Smith, Ralph Fiennes, Gary Oldman, Helena Bonham Carter, Jim Broadbent, Julie Walters, Michael Gambon, Emma Thompson e alguns outros são coadjuvantes de luxo. São atores que nos lembram o quanto é bom e raro no cinema atual ver profissionais realmente talentosos. Rupert Grint (Ron Weasley) está bem, Emma Watson (Hermione Granger) continua muito bem, mas a surpresa é Daniel Radcliffe (Harry Potter). Ele finalmente foi 100% o menino que sobreviveu e comandou totalmente o ato final. E o melhor de todos, o mestre é Alan Rickman (Severus Snape). O seu personagem foi o presente mais impecável concedido aos fãs. Sempre forte, imponente, convicto, e principalmente, apaixonado. A sensação foi ter visto o personagem de J. K. Rowling sair das páginas dos livros e tomar forma no cinema. Completamente inesquecível!
Harry Potter e as Relíquias da Morte Parte II foi acima de tudo um presente aos fãs. E tem em seu maior mérito preocupar-se em agradar, principalmente à eles, na verdade à nós. À jovens, crianças e adultos que por mais de uma década acompanharam, se deliciaram e aprenderam que ler te leva a lugares inimagináveis. O último filme não é nota dez só por todos os pontos citados acima. Ele é dez por fazer bem o que poucos na história fazem: Significar e marcar tanto uma geração, não sendo só entretenimento barato ou cego por premiações. Encerrar belamente uma fase onde “ as palavras foram a fonte inesgotável de magia” (Alvo Dumbledore).
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