"Um dos maiores acertos do cinema dos últimos anos numa dupla engraçada, diferente e rápida no gatilho. Chan e Owen dão um show de graça".
Considero Jackie Chan um dos atores mais competentes do cinema. É uma boa mistura de comédia, com ação, um drama básico e muita arte marcial (sua variação nesse estilo é ótima). Há outros que não vão entender o porquê do drama. Explico, Chan atua em uma obra tão especial e diferente de seu estilo, da sua mesmice de sempre, que contagia o expectador, para quem assistiu é claro: o filme é Massacre no Bairro Chinês de 2009, para mim, um dos melhores dramas da década. Aí ele prova sua supremacia como ator. Então, como falo, ele é um ator completo. Ele corre, dança (se preciso), fica quase nu (se preciso também), rir muito bem e também se faz rir otimamente, é um produtor magnífico, um roteirista sábio e um diretor exímio. Uma vasta lista de filmes, todos muito bons, dos primeiros até os mais novos. Contudo, falarei de sua participação nesta comédia que tentarei descrever. Jackie Chan nunca pára, sempre um ator ativo, e quando não atua ou dirige ou elabora roteiros ou produz, mas sempre ativo. Aqui neste filme ele transborda do humorismo guardado ante obras realizadas. Ele extravaga graça e genialidade ao lado de outro gênio da comédia (na maioria romântica, não neste, é claro), Owen Wilson. Owen é outro perfeito comediante, é uma maravilha de mistura de drama, com comédia, ação (é uma loucura, num se sabe muito bem não a informação e o gênero verdadeiro). Owen brilhou até ultimamente em Marley e Eu, uma boa adaptação de um romance. Um grande sucesso. Todavia, esta maravilha de dupla (Owen e Chan) estrela este filme com uma clareza, com um entusiasmo grandioso, é como se eles dois fossem amigos há décadas e fizessem um filme sobre as loucuras já vividas pelos os dois. É um roteiro maravilhoso, com uma técnica primorosa e uma luta marcial (por parte de Chan, é claro, afinal, Owen não luta absolutamente nada, vê-se) inspiradora, dá vontade de sair chutando qualquer coisa após o filme com os movimentos quase perfeitos (esse quase deve-se ás anormalidades da luta de Chan) de Chan, aliás, ele é o seu próprio coreógrafo.
É a primeira direção de Tom Dey, mas nem parece, ele soube perfeitamente como e quando colocar á dupla em situações engraçadíssimas e uma paisagem texana terrível (o terrível quer dizer bom!). Soube também fazer da graça uma graça ainda maior. Como? Colocando Chan e Owen no elenco. Não tava nada certo, mais essa escolha foi a mais correta (quem lutaria tão adoidado como Chan na Hollywood interesseira?). A montagem é clara e própria. Fotografia rápida e concentradora, centralizadora, digo. A técnica por fim acaba nada mais importa tendo Chan no elenco, o seu brilho dispensa qualquer técnica, mesmo vinda da Hollywood.
A dupla responsável por esse roteiro excelente é Miles Millar e Alfred Gough, os dois incorporam em seu texto uma releitura de outro roteiro, baseado na vida texana, e naquelas histórias mirabolantes e próprias do faroeste. Uma comédia misturada com muita ação e poções de faroeste são o clima do filme, que toma a atenção do expectador. Os dois roteiristas (Miles e Alfred) estão de punho forte em certas comédias com ação, o mais novo A Múmia: Tumba do Imperador Dragão é essa mesma proposta, ingênua e brincalhona.
Por sorte, o filme tem uma sequência não menos engraçada. Bater Ou Correr é um filme excelente com dois atores também excelentes, o primor maior é a mistura do roteiro com dois atores acerteiros e que sabem o que fazem (estilo arriscado, inovador: Jackie Chan). O filme não esquece nada, nem mesmo aquela bolinha memorável de mato passando pela rua no momento de um duelo entre cowboys corajosos que ou brigam por um amor de uma senhorita, ou disputam o cargo de xerife (neste filme, como já disse, de tão engraçado e inovador, o duelo é entre correr, e quem quer correr é Owen em seu personagem Roy, perfeito).
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