"Arn é um grande filme, o melhor dele é que a tentação de imitar outros grandes épicos fora contida, e criada aqui uma obra recheada de brilho independente".
Arn - O Cavaleiro Templário (2007), no original 'Arn - Tempelriddaren', é um grande filme, topa em grandes gêneros seguros e outros sólidos. A sua construção é muito boa. É, como disse, totalmente independente da franquia americana. O longa é uma grande parceria de países baixos e potências como a Dinamarca, a Noruega, o Reino Unido e a Suécia. Todo o cenário é próprio dos países, em sua maioria, as filmagens independem de efeitos ou de uma montagem mais abrangente. A Finlândia, como sempre, é um dos destinos prediletos para grandes produções. Além de ter em sua composição a abertura de imagem (dificílimo de encontrar), uma grande variação de cenários e aquele tempo sempre insconstante que ajuda bastante na mudança de tempo e fotografia, o país faz de grandes filmes um brilho maior. Suas terras gigantescas fazem de filmagens simples uma abertura fotográfica magnífica.
Arn - O Cavaleiro Templário é dirigido por Peter Flinth. Uma direção que acanha na observação e se concentra muito bem na continuidade, voltando e voltando sempre que preciso o roteiro. A história, como Peter propôs, dá voltas, uma métrica interessantíssima, usada no diálogo rápido, dramático e histórico. Peter faz das imagens que tem em suas mãos um teatro imenso, completa as atuações com o roteiro sólido e digno de contradição (nem tudo é perfeito).
Arn - O Cavaleiro Templário é uma linda adaptação do romance de Jan Guillou, igualmente roterizado de um romance, outras obras escapam na mesmice e no erro que corroi essas obras, são elas Cruzada: Uma Jornada Através dos Tempos (2006), Tróia (2004) (vale ressaltar que este filme é uma roterização do poema de Homero, mesmo assim, uma mera adaptação) e Sansão e Dalila (1949). O roteiro apesar de fraco, segura bem o tempo que o filme tem. Aliás, o tempo é muito bom, alonga o diálogo ao extremo, sem torná-lo cansativo, e tem ar bastante interessante, repleto de curiosidades e esclarecimentos sobre assuntos religiosos, da sociedade da época, contradições de coragem e medo e o uso romântico da prosa que normalmente aparece em épicos de batalhas e guerras medievais que disputam ou um amor, ou um trono por amor seguido de morte, com esse tema temos 'massa' Tróia.
Existe brendas aparências com Gladiador (2000). Mais as longas disparidades (que pareciam aparentes, foram corrigidas no roteiro e na direção) que existiam com Arn lançado sete anos depois, são meras coincidências que ocorrem nos melhores filmes. É aquilo: uma guerra em uni-prosa, com auror de vingança e respeito, um amor entre batalhas, muita poeira e muitos cavalos. Mais do mesmo? Não. A diferença é sálubre. Vamos deixar isso de lado.
O elenco é ótimo. O novato Joakim Nätterqvist (papel de Arn Magnusson, e seu único) é muito competente, honra com muita clareza a lista de atores que protagonizaram épicos úteis para a imagem do cinema. Outros novatos compõem o elenco: Sofia Helin (papel de Cecilia Algotsdotter, o romance de Arn), Anders Baasmo Christiansen e Fanny Risberg. Os conhecidos pelo público são visíveis no talento que exposta diante da tela: Stellan Skarsgård (do mais novo Anjos e Demônios), Bibi Andersson (da fantástica obra O Sétimo Selo, de 1957), Vincent Perez (do sagaz A Rainha Margot, de 1994) e Simon Callow (de Shakespeare Apaixonado, de 1998). Outrora, o elenco tão normal se faz muito bem empenhado e retarda com maestria o surto de qualquer intemperismo que exista no roteiro curto, mas rico em clareza e suavidade.
Por terminar, outros não poderiam julgá-lo (Arn) como um besteirol fraco. Ele não é. Mais também não posso ser hipócrita dizendo que fora uma injustiça ele ter mais marketing e sucesso internacional, não interno. Isso é uma grande erro. Contudo, Arn - O Cavaleiro Templário entra na lista 'daqueles' que escapam em tudo: no Hollywoodianismo exagerado, ocultismo de obra, restauração de outro gênero (o antigo, aquele bem usado), de surto de analogia e robusta forma de fazer de um roteiro normal uma grande obra em grandes países. São vários os pontos que elevam a imagem do filme. Dentre elas aquela fotografia que nos faz esquecer qualquer coisa no fogão ou no forno, ela nos encanta. Arn faz de tudo para chamar atenção, faz até um milagre em seu roteiro, e cumpri o absurdismo de não imitar outras obras, e a atenção, um dia ela virá.
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