" Howard aqui mostra que venho para revelar novos roteiros, novas interpretações; e, que sempre é capaz se superar."
Nada como uma obra atrás da outra para afiar o gosto pelo drama e pela reflexão dos sentimentos, isso aconteceu com Ron Howard. O diretor de Splash, Uma Sereia em Minha Vida (1984), sua primeira direção, depois de fracassadas atuações em Vendedor de Ilusões (1962), Loucuras de Verão (1973) e Os Três Discípulos da Morte (1974) teve o tempo como seu aliado. Passadas décadas fora do cinema, embaixo com baixas produções, Howard, aparece com uma nova visão do cinema, exibi uma clássica ideia de observação em Apollo 13 - Do Desastre ao Triunfo (1995), com Tom Hanks, que tinha acabado de sair de um dos personagens mais brilhantes da sua carreira em Forrest Gump - O Contador de Histórias (1994), com Bill Paxton, ator de filmes relativamente 'normais', como Predador 2 - A Caçada Continua (1990), e Quando Chega a Escuridão (1987) enche a tela de complicações, abusos de diálogo e disparidades num roteiro bem escrito, mas mau elaborado com Hanks e Kevin Bacon que até esse tinha 'participado' dos chatos Um Gigante de Talento(1994), do terrível O Ataque dos Vermes Malditos(1990) e Ela Vai Ter Um Bebê (1988). A escolha dos três protagonistas fora de excelente escolha, Howard agora, estava pronto para encher a tela de experientes e não-tão-experientes atores do cinema convencional.
A elaboração da caracterização dos personagens de Hanks, Paxton e Bacon fora comprometida com o roteiro. Como sempre, talvez como sempre, Bacon tivera e tem o talento de ser e não ser o protagonista, isso é dificílimo, por que a mistura de protagonista, que sempre inicia-se logo no começo do filme para haver a transformação para o antagonista independe das vantagens que cada ator possuí. Isso aconteceu em Anaconda 2 - A Caçada pela Orquídea Sangrenta(2004), Homem-Aranha(2002) e o excelente O Homem Sem Sombra(2000). Essa passagem de cárater é usada de maneira pacífica aqui, em Apollo 13 - Do Desastre ao Triunfo.
O roteiro atroz tirado do livro Lost Moon: The Perilous Voyage of Apollo 13, de Jim Lovell e Jeffrey Kluger sofreu baixas mudanças, numa linguagem rápida e sensível os personagens levam a história naturalmente, passo-a-passo até á espera viagem, que tanto se espera. O filme não passa de uma biografia íntima, afinal, o filme é americano, o enredo, por graça, também é americano. Todavia, o esforço para que a obra se tornace natural e não superficial atrapalhou um pouco na meretriz que devia seguir o tempo e a história verdadeira. Em parte, o drama e o suspense é ótimo, assegura o expectador na cadeira até o último suspiro de vida dos tripulantes da nave Apollo 13. O tempo do filme é gigante, mas, por milagre não atrapalhou na métrica do roteiro que é também é sagaz e introvertido.
Ron sabendo explorar Hanks como ninguém obteve total deleite de sua atuação impecável. Uma parceria, como vemos hoje, que deu certo. Paxton, fiquei em dúvida se foi um protagonista ou um mero coadjuvante para completar o elenco. Bacon, excelente como nunca abre sua expressão facial e seu roteiro desenvolve-se em um tempo recorde, sua participação no filme faz de sua imagem irretocável. Assim vai nascendo Apollo 13 - Do Desastre ao Triunfo, passo a passo, cena a cena, interpretação a interpretação vai-se construindo uma obra que derruba preconceitos cinematográficos, como: o uso de exagerados efeitos visuais, montagem superficial, interpretação conotativa, e uma direção sem preconceitos, que teve uma construção demorada e esforçada por parte de Ron Howard.
É com todos esses atributos de Ron que o filme torna-se um sucesso, faturando mais de 355 milhões de dólares em todo o mundo. O filme recebeu 9 indicações ao Oscar e 4 indicações ao Golden Globe, tendo ganho os Oscar de Melhor Edição e Melhor Som. Nem por isso Howard enfraquece, ganha anos mais tarde o oscar de direção por Uma Mente Brilhante, que recebe mais três outros.
O tempo, como disse, faz um diretor um ator ou um roteiro, assim depende da criatividade ou até mesmo do exagero de cada um. Não obstante, Apollo 13 - Do Desastre ao Triunfo têm seu mérito por que anda entre a naturalidade da direção e as magníficas interpretações de Hanks e Bacon, astros do cinema, astros da interpretação.
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