Não indo muito na onda de que seria uma versão feminina de “Se Beber, Não Case“. Vencida a resistência de mostrarem que para as mulheres o que importa é estarem casadas, mesmo ficando infelizes. Como também em ver que o filme está mais para uma leve Comédia Dramática, do que uma Comédia rasgada. Tem muito o que curtir o filme até o final. E até me fez querer ver uma continuação. Como também em ver outros filmes, mas com o principal personagem masculino, e que por acaso não é o noivo, mas um policial.
Focando-se mais em “Damas de Honra” do que propriamente em “Madrinhas de Casamento“, o filme ganha uma outra dimensão. Porque mais do que serem escolhidas pela noiva para compartilhar esse momento ao lado dela, ele mostra o que representa um passo como esse, o de – “Até que a morte os separe!“, para cada uma delas. E é por ai, que o deixa como um ótimo filme. Até em mostrar que duas delas descobrirão algo em comum, mas que não terão coragem em divulgar pelo peso da sociedade num passo como esse. No fundo, todas irão pesar mais no que os outros irão pensar, do que em seguir pelos seus próprios pensamentos.
O foco maior recair numa delas, Annie (Kristen Wiig). Primeiro, porque é uma grande amiga sua, desde a infância, que irá se casar: Lillian (Maya Rudolph). Uma sensação de perda que veio se somar a outras mais. Tentando sufocar tudo, Annie acaba metendo os pés pelas mãos porque era a hora que mais a amiga precisava. Acontece que Lillian se encontra deslumbrada com todo o luxo que vem junto com esse seu casamento – um conto de fadas se realizando -, complicando ainda mais a já bem complicada cabeça dessa sua amiga. Annie e Lillian se vêem separadas pela primeira vez, mas por diferenças sociais. E nesse mundo, Annie não se vê pronta para ele.
Depois, porque Annie é alguém orgulhosa, mas com critérios duvidosos. Um deles estaria no fato de que para se mostrar independente, em vez de morar com a própria mãe (Personagem de Jill Clayburgh), prefere alugar um quarto em casa de estranhos. Se não queria intromissões em sua vida, termina tendo com os moradores da tal casa. Com a mãe, ela tem algo em comum: o de se doar demais. Se para a mãe, é mais como ocupar o tempo, para Annie acaba sendo dívida de honra, e sem medir as consequências. Pausa para os Aplausos finais para Jill Clayburgh, nesse que pode ter sido o seu último trabalho!
Annie também sufoca, ou melhor, vem sufocando o fato de querer um relacionamento duradouro. Dai, o se posicionar como alguém totalmente livre, acaba fazendo dela alguém fechada para um olhar de quem não a vê apenas como alguém para transar. Uma fera ferida ferindo também alguém que seria um presente do céu: o policial Rhodes (Chris O’Dowd). E no campo das amizades, essa fera vai querer duelar com aquela que está levando Lillian para os deslumbres do que o dinheiro pode comprar: Helen (Rose Byrne). Com essa, Annie não tem chances nenhuma de competir no quesito organização de festa, até por ser muito rica. Por focar nisso, Annie não enxerga que em um seria a Helen que não teria a menor chance. Já que essa está mais voltada ao espetáculo como o todo, e com a sua assinatura.
Além de Rhodes, um outro “Acorda!”, e mais peso-pesado, vem de uma outra das Damas. Da irmã do noivo: Megan (Melissa McCarthy, da Série de Tv Mike & Molly). Annie tão focada na perda da amiga Lillian, não viu que em todo esse preparativo estaria ganhando uma outra amiga: Megan.
“Missão Madrinha de Casamento” tem uma cena sem graça nenhuma, com sabor é de despeito, por mostrar uma Churrascaria brasileira como um local de comida suja e barata, e ainda colocando o dono falando espanhol. Fora isso, tem cenas divertidas; outras hilárias. E como o filme rendeu uma boa bilheteria nos Estados Unidos, isso pode gerar uma continuação. Se isso vier a acontecer, que façam a Megan vir a ser sócia da Annie em sua falida lojinha de doces. Gostei! Nota 8.
Por: Valéria Miguez (LELLA).
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