O Discurso do Rei. Um Bullying no Seio da Família Real Britânica
Para quem já acompanha meus textos, sabe que eu enfatizo sempre que vejo esse tema nos filmes: Bullying. Nesse, em especial, será para mostrar o quanto perdura na vida de uma pessoa passar por isso na infância. As consequências que ainda serão danosas na fase adulta. E farei, ou melhor, trarei sempre em destaque numa esperança de que esse ato um dia termine. Que pelo menos vá se quebrando o ciclo do bullying. Que o filme “O Discurso do Rei” seja levado também à Sala de Aula. Onde ainda há e muito desse ato de covardia.
Indo pesquisar o quanto de veracidade o filme trazia… Descobri algo que me deixou perplexa.
Até por querer que o filme seja visto por um público de adolescentes. Os mais propensos a praticarem o bullying. Trata-se da Classificação Indicativa que o filme recebeu. Com o Documentário “Esse Filme Ainda Não Foi Classificado” fiquei conhecendo o Órgão Censor dos Estados Unidos, o MPAA (Motion Picture Association of America). Aliás, foi a partir dele que esse tema – Classificação Indicativa -, também será destacado por mim sempre que for conveniente. Censurar um filme por conta de palavrões totalmente dentro do contexto, é no mínimo falta de bom senso. Ainda mais onde a pessoa é levada a se exasperar até conseguir soltar a voz. Pois bem, como se não bastasse o MPAA, no Reino Unido, o órgão censor de lá, o BBFC (British Board of Film Classification) só mudou a sua classificação - de 15 para 12 -, após uma crítica do Diretor do filme, Tom Hooper. Em uma coletiva de imprensa, ele questiona o 15 dado a seu filme pela linguagem, citando dois filmes que receberam 12, contendo cenas de tortura. Pelo visto, a violência está mesmo banalizada.
Em “O Discurso do Rei” o bullying é praticado em Família. É de estarrecer ao ouvir a estória desse Homem que virou Rei. Ao mesmo tempo que ainda nos dias de hoje ocorre muito dentro dos Lares. Se é que se possa chamar de Lar um local onde se fica aterrorizado. Pelos parentes – Pai e irmão -, ele era tripudiado pela sua disfemia (gagueira). Pela babá, era físico: beliscões e deixá-lo sem comida. Os pais só descobriram, três anos depois. Mas ai as sequelas já eram irreversíveis.
Mas como se não bastasse os danos pelos anos sofrendo o bullying, já em adulto, os “doutores da fala” lhe fizeram fumar bastante, e ficando períodos longos com a fumaça presa nos pulmões. O que lhe acarretou um câncer nos pulmões. Essa parte está nos livros. Pois o filme vai até o seu primeiro discurso à nação como Rei. Cargo que ocupou com a abdicação de seu irmão ao Trono para se casar com uma divorciada.
Ele é Bertie (Colin Firth). Pai de duas meninas, uma das quais viria a ser a sua sucessora: a Rainha Elizabeth. No contexto da estória, a História está às vésperas da ascenção de Hitler. Sua esposa, Elizabeth (Helena Bonham Carter) – que no futuro viria a ser a carismática Rainha Mãe -, cansada dos métodos nada eficazes dos médicos reais, é quem leva Bertie aquele que não apenas o ajudaria a melhorar a sua dicção, mas também viria a ser o seu primeiro grande amigo: Lionel (Geoffrey Rush).
Essas aulas de oratória nos leva do riso a emoção. O filme é desses dois: Bertie e Lionel. A mim, me fez querer que o filme não terminasse. Ambos – Colin Firth e Geoffrey Rush – fizeram uma excelente dobradinha. De querer não apenas rever “O Discurso do Rei”, como também rever esses dois, juntos, em outros filmes.
Filmaço!
Por: Valéria Miguez (LELLA).
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