A Delicadeza do Amor (2011). Será que sem a “Amélie Poulain” o filme agradaria mais!?
A principal motivação para assistir esse filme fora a atriz Audrey Tautou. E que pelo título, antes mesmo de vê-lo, me veio o pensamento que seria adequado à ela, a eterna e maravilhosa Amélie Poulain. Mas que fica também a lhe pesar na carreira de atriz. Talvez até a querer fazer uma outra personagem memorável. Em “A Delicadeza do Amor” enquanto ela ficou nessa de meiguinha, foi ótima. A questão mudou quando teve que posar de sedutora. De uma Chefe usando o funcionário como, eu diria como um experimento a um novo amor. Não ficou natural, nem mesmo porque deveria passar como se fosse algo a testar sem o menor envolvimento.
Audrey Tautou faz Nathalie. Que no início do filme vive um grande amor. Apaixonada e feliz, nem dá atenção às investidas do seu próprio Chefe. Esse, embora casado, se mostra apaixonadíssimo, e que por ela sairia do seu casamento. Essa paixão nada correspondida dele por Nathalie vira até motivo de piada na firma.
Ainda no início do filme Nathalie fica viúva. E é quando o filme cai num marasmo. Poderiam ter enxugado um pouco. Mesmo que o Cinema Francês seja tido por muitos como lento no contar uma história, pelo contexto bastava pontilhar esse período de luto até ela se vê como a bola da vez nos comentários na firma.
Até então Nathalie se fechara a uma vida pessoal e social. Era só trabalho, em cima de trabalho, o que a levou a um crescimento profissional. Mas ao se ver o centro dos fuxicos, questiona uma amiga. Como se não tivesse ciente de seu isolamento. Para tentar provar que estava viva, ela beija o tal funcionário de sua equipe. Ele é Markus, muito bem interpretado por François Damiens. E é a partir daí que o filme volta a ficar interessante.
“Quem ama o feio, bonito lhe parece.”
O tal beijo deixa Markus ligado nela. Timído por natureza, chega a ganhar auto-estima. Um lance que inverte o comum, pois o assédio aqui passa a ser de uma Chefe mulher. E que diferente do seu chefe, Nathalie passa a cobrar por uma certa indiferença de Markus. É que se para ele, a flecha do cupido o acetara de imediato, para Nathalie não. Ou, ainda não desconfiava disso. Como Markus resolveu investir tempo e calma nessa conquista, ao agir como se ela não fosse tão importante, acaba surtindo o efeito desejado. Pois o lado mulher muito mais que a chefe acaba não aceitando numa boa o fato de ter sido rejeitada. A bela vira uma fera. O que causa mais espanto em todos vê-la apaixonada por um cara simplório, e na visão de todos, feio.
Esse é um dos pontos altos dessa história: a quebra do preconceito que dá mais valor ao exterior da pessoa.
Embora não haja idade para o amor, a história em si ficou como uma adolescência tardia, e de ambos. Deixando essa história bonitinha, apenas. Sem comover. Mesmo tendo Paris como cenário. O que ao final do filme me levou a pensar se a trama teria funcionado melhor com uma outra atriz, sem a “Amélie Poulain”. Uma pena! Mas o filme não me agradou de todo.
Por: Valéria Miguez (LELLA).
Mesmo assim o filme é muito gostoso de assistir. Damiens é relamente convincente no tipo que faz. Tatou apenas fez o que já tem feito em outros romances.