A simples menção do nome de Glenn Close o que me vem de imediato é a sua personagem a Cruella De Vil, do “101 Dálmatas” (1996). Até porque esse personagem conseguiu eclipsar um outro também muito forte: a Alex de “Atração Fatal” (1987). A Cruella é impagável! É memorável! Nem dá para imaginar outra atriz fazendo a Cruella. Ambas as personagens, mulheres poderosas, esbanjaram também em sedução, sendo que cada uma a seu modo. Até por conta dessa feminilidade nada tímida, bateu curiosidade em vê-la se passando por um homem. E que pelas primeiras fotos divulgadas, a maquiagem estava perfeita. Faltava então conferir o desempenho. Conferido, e…
Logo nas primeiras cenas, me veio a sensação de já ter visto o filme, ou que já conhecia a história. Foi uma sensação forte. Mas quando eu percebi que meus olhos acompanhavam o personagem, e de um jeito hipnótico, eu então passei a acompanhar “Albert Nobbs” sem pensar em mais nada. E fiquei encantada com a performance de Glenn Close. Ela está soberba! Seu personagem não está apenas travestido de homem. Mesmo com toda a maquiagem. Mesmo com toda a inflexibilidade da postura de um modorno inglês, seu garçom estava nesse patamar. Havia uma tristeza no olhar de Albert Nobbs que doia na alma. Glenn Close conseguiu transmitir pelo olhar a ferida não cicatrizada do que a levou a ser um homem. Mais! Também passou toda a opressão em cima das mulheres daquela época. Bravo Glenn Close!
E o filme “Albert Nobbs” traz uma radiografia de mulheres que mesmo num mundo bem machista mais que sobreviverem queriam de fato viverem. São heroínas, anônimas ou não, que também foram desbravando um caminho dentro da sociedade local. Nós mulheres da atualidade devemos também render homenagens à elas. Que mesmo não pontuando como Personalidade da História Universal, elas fizeram história nas localidades onde viviam.
O fillme “Albert Nobbs” traz sim uma carga dramática muito forte, mas que também nos leva a sorrir pelo caminho que senão escolhido, mas que foram se adaptando as contigências que o destino trazia. Até porque Albert Nobbs não estava sozinho nessa. Também houve mais um “homem” que cruzou em seu caminho. Muito mais safo para as agruras da vida. É o personagem da atriz Janet McTeer, o Hubert. Numa inversão de idades, até porque já sem a armadura externa Nobbs se mostra a adolescente de outrora, Hubert mais que um amigo, se transforma num mentor. Adotando Nobbs por coração.
Há uma máxima que diz que não é mudando de lugar (=localização geográfica) que extirpará um problema. Ainda mais se é da sua própria natureza. No filme há duas pessoas usurpadoras. Que sonham com uma grande mudança, mas culpam o destino por não lhe darem mais chance. De um lado temos o jovem Joe (Aaron Johnson), que acha que indo para a América vai tirar de si o gene ruim do pai. Nem repara que o destino lhe dera uma grande chance de crescer como pessoa, como um homem do bem. Não apenas quando consertou a velha caldeira do Hotel, mas ao conhecer ai, a doce Helen (Mia Wasikowska). Mas os acontecimentos afloraram o que só via no pai. Do outro lado, uma senhorinha que aparenta ser um doce, mas por conta de um incidente, vê a chane de realizar seu sonho. Se bem que essa não dá para condená-la. O destino deu a ela chance de viver mais uns anos feliz da vida.
Albert Nobbs só queria ser feliz. Por anos a fio, pacientemente, buscou por se ver livre até desse novo ser que teve que incorporar. Vislumbrou um outro caminho daquele traçado por pensar que assim teria o controle do seu destino mais rapidamente. Mas fora o seu erro. O destino novamente não lhe sorriu.
Glenn Close quase rouba todo o filme devido a sua atuação. Só não faz pela força da história. Pela forma com que o Diretor Rodrigo García conduz todos os personagens. É um drama comovente, mas em cima mesmo da opressão às mulheres. Nos levando a não esquecer disso, nunca!
Então é isso! É um filme excelente! Diria até, imperdível!
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