Lupas (22)

O melhor dos filmes dessa primeira fase do diretor, no auge de sua verve cômica.

Fragmentado, é altamente irregular. Mas vale - e muito - a pena pela esquete final. Allen vestido de espermatozoide, prestes a ser ejaculado, comemora: "Ao menos eles é judeu".

Algumas sequências interessantes, piadas divertidas e com a inteligência típica de Allen - mas um tanto quanto aborrecido.

Um começo de carreira hilário. O mais tresloucado filme do diretor, um mockumentary (antecipando Zelig) alucinado, nonsense.

Estiloso em cada centímetro dos fotogramas.

Talvez o longa mais bonito já filmado. A linha do horizonte, sempre crepuscular, emoldura uma história de perdição e desenganos.

Ela que embarca numa vida fadada ao fracasso por tédio. Ele que mata sem nem saber o porquê. A estréia de Malick é um aquecimento para seu estilo elíptico e poético. Lindos planos, como era de se esperar.

Faz jus a seu título inicial, "1984 e 1/2". Uma reinvenção de Orwell, com uma inventividade caudalosa e a marca visual tão característica de Gilliam.

Distanciamentos, incomunicabilidade, a dor dos erros cometidos e nunca reparados - a vida, devastada feito os desertos mostrados.

O maior filme de Allen e um dos maiores e mais pungentes tratados sobre o amor já feitos. Afinal, não precisamos dos ovos?