É incrível como ainda é possível se surpreender com um filme, cujo tema já foi filmado e "refilmado" várias vezes. Isso se deve ao fato deste filme apresentar alguns fatores que o qualificam como uma exceção em meio a tantas produções de terror praticamente sem sentido.
A Órfã é uma grande exceção, pois apresenta um roteiro que, além de mobilizar, aterroriza, criando um clima perfeito. No início, pode-se ver a história de uma família que vem passando por dificuldades, bem como a perda de uma filha e a quase perda de outra. Esses fatos dão uma guinada no desenvolvimento do filme, pois faz com que nos identificamos com tais personagens, os quais estão passando por situações que se encaixariam na vida de qualquer pessoa. É uma tática do filme para fazer o público se simpatizar com a família, e ficar do lado desta no decorrer da história.
Então o casal, para se recuperar do trauma, decide adotar uma criança. É a partir desse momento que o verdadeiro propósito do filme começa a mostrar seus primeiros passos. Eles adotam uma criança, que a princípio é normal. Porém, é uma criança muito inteligente, com ações superficiais e encantamento geral. Nesse momento, só pela leitura da sinopse, já se pode começar a pensar na verdadeira personalidade da personagem. Pode se perceber também, que a personagem começa a não conseguir se conter em sua máscara e dá início a uma cadeia de acontecimentos que, com certeza surpreendem.
A história se desenrola. Há um ponto do filme que começa a criar raiva em quem assiste. É quando a personagem, por meio de chantagem, consegue realizar todos os seus objetivos, os quais são totalmente insanos e sangrentos. Também há a possibilidade de se simpatizar com a personagem de Esther, já que esta, a princípio, se mostra forte, sensível e educada.
Até que se chega em um momento de não-retorno para a personagem (típico de filmes de horror), em que a garota comete seus atos sem precedentes e descaradamente, em busca de seu objetivo, que seria desvendado no final do filme. Não dá para imaginar as razões de Esther, até um certo momento. Por toda a luta que é travada entre a mãe, que desconfia do caráter da menina, e o pai, que acha que sua esposa está ficando louca, o clima que se estabelece é de extrema ansiedade. Nesse momento, já há um certo ódio em relação a Esther.
O final do filme é memorável. Fica-se sabendo toda a verdade por trás daquela adorável garotinha, consolidando uma sensação de "nojo". O grande trunfo é a persongem de Esther, espantosamente interpretado por Isabelle Fuhrman, uma brilhante atriz.
Após ver o filme, no meu caso, a única coisa que ficou na minha cabeça foi Esther cantando " Glory of love ".
"You got to give a little
Take a little
And let your poor heart
Break a little
That's the story of
That's the glory of love"
Uma linda música, para um bom filme.
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