Excelentes efeitos especiais, ótimas atuações e uma composição inspiradíssima de John Williams são os ingredientes de um clássico, de um dos melhores filmes de todos os tempos.
Na época de seu lançamento, Jurassic Park ficou conhecido por ter sido o filme dos dinossauros mais realistas do cinema até então. Mas a genialidade do filme vai muito além dos dinossauros. Ela está nos detalhes. A começar pelo logotipo do filme. A ossada de Tiranossauro rex junto da tarja "Jurassic Park" deixou (e ainda deixa) um mágico suspense no ar, de que animais extintos seriam, depois de dezenas de milhões de anos, trazidos novamente à tona naquele parque. Tenho certeza que Steven Spielberg não colocou um dinossauro vivo no logotipo porque, se assim fosse, tiraria o gosto de suspense. Outra grande sacada de Steven foi ter utilizado o mesmo logotipo para caracterizar o próprio parque do filme (pode-se observar que ele aparece em várias passagens do filme, em bonés dos personagens, camisas, nos carros, e etc). Ou seja, Spielberg logo de cara deixa claro que o centro das atenções no filme seriam o parque e os animais jurássicos que ele teria.
A cena do braquiossauro, aos 20 minutos de filme, aproximadamente, é encantadora. É a primeira vez que um dinossauro aparece no filme. O semblante emocionado dos personagens, principalmente o de dr. Grant, com a música de John Williams no fundo, ajudam a engrandecer este momento.
Uma parte que considero muito importante no filme é a da explicação de como os dinossauros foram trazidos à tona novamente, depois de milhões de anos. Segundo o filme, homens escavaram o solo em busca de mosquitos fossilizados em âmbar, que picavam dinossauros há até 65 milhões de anos atrás. Estes mosquitos sugavam o sangue dos dinossauros para se alimentar, e pousavam na seiva, que endurecia e fossilizava os mosquitos. Quando um mosquito fossilizado era encontrado por algum escavador, os cientistas extraíam o sangue do "estômago" do mosquito para dar início ao reconhecimento da seqüência genética de um dinossauro. Como o sangue era muito velho, ele trazia falhas na seqüência genética do DNA, e os cientistas completavam a seqüência com um trecho de DNA de rã. Apesar de sabermos que é impensável conseguir clonar dinossauros na vida real através do que foi feito no filme, esta explicação deixa os dinossauros do filme ainda mais realistas. Os dinossauros não apareceram ali por mágica, têm uma explicação científica para estarem ali.
A cena da aparição do Tiranossauro rex se consagrou como uma das mais marcantes da história do cinema. O suspense que envolveu os personagens, principalmente Lex e Tim, e o tremor dos 3 copos dentro do carro deram um ar de expectativa a mais para o momento da aparição do dinossauro mais importante do filme. A aparição da cabeça daquele dinossauro cuja ossada compunha o logotipo do filme sem dúvidas foi o clímax.
A parte final da aventura no parque, em que o T-rex ataca os velociraptores que iam devorar os personagens do filme, apesar de mentirosa, é genial. No momento em que o dr. Grant, a dra Sattler e a Lex e o Tim são cercados pelos três raptores, um dos raptores inicia o ataque ao dr. Grant. Nesse momento, ao som da segunda parte da música de John Williams, o T-rex morde o raptor. Os outros dois raptores partem para atacar o T-rex, mas este consegue vencer a batalha. Por fim, cai um cartaz do museu central na frente do T-rex, onde estava escrito "Do tempo em que os dinossauros dominavam a terra". Um fim de aventura apoteótico.
O finalzinho do filme também me agradou muito. O rosto hipnotizado de John Hammond enquanto ele olhava para a sua bengala, que tinha em sua ponta um mosquito fossilizado em âmbar, foi de muito bom gosto. A cena em que Grant aparece com Lex e Tim dormindo em seu ombro, também.
O nome do filme em português, "Parque dos dinossauros", contribuiu para boa divulgação que o filme teve, mas eu não gostei dele. Seja lá quem tiver decidido que seria esse o nome, este acabou por tirar o bom gostinho de suspense do espectador antes do filme, e o suspense era uma intenção de Steven Spielberg.
Para terminar, concluo dizendo que Jurassic Park é um filme único. Um filme que foi um divisor de águas na história do cinema, durante muitos anos o maior sucesso de bilheteria da história, tendo sido superado depois de quatro anos por Titanic. Como dizia o seu anúncio, uma aventura que esperou 65 milhões de anos para ser concebida.
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