Os filmes de Ação orientais costumam se destacar pela luta, evidenciando a forma mais plástica e estilizada das artes marciais. No caso deste “O Mestre da Guilhotina Voadora” além das lutas, o que compõem melhor ainda para a violência do filme é o uso de armas dos jeitos mais bizarros e inventivos possíveis e com o exemplo maior da Guilhotina Voadora, usada pelo Mestre Fung Sheng Wu Chi para vingar seus discípulos mortos pelo “Lutador de um Braço só”.
A introdução do filme com a noticia recebida pelo Mestre Fung Sheng, que seus alunos teriam sido vítimas do Lutador de Um Braço(Cena contida no filme anterior a este), mostrando todo o sentimento que o mestre nutria por eles, acaba por nos fazer solidários à vingança que o Mestre pretende. Este artifício foi bem trabalhado pelo diretor/roteirista Yu Wang, já que uma vez aproximado o Mestre de uma característica mais humana pelo afeto aos discípulos, te fazendo torcer para que a vingança contra o Lutador(interpretado por Yu Wang) seja bem sucedida. Mas no decorrer da perseguição do Mestre contra o Lutador de um Braço, o primeiro vai se transformando de protagonista a vilão, pelo modo cruel como lida com sua caça, arrancando cabeças de todos “Lutadores de um Braço só” que encontra pela frente, destruindo Campeonatos de Artes Marciais e arrasando vilarejos até conseguir seu objetivo, com sua temível arma.
A Guilhotina Voadora merece destaque a parte, ela é como um personagem importante do filme, o faz ser algo além da porradaria habitual dos filmes orientais, que utiliza de técnicas já consagradas e eficientes como o close em câmera lenta no momento da pancada(para não soar falso) e toda as coreografias espetaculares de Kung fu. A arma força também o Lutador a achar maneiras alternativas no cenário para combater o Mestre, qualquer toco de madeira, caixão de enterro e bambu, serve para o embate. Característica esta que seria muito bem usada por Jackie Chan nos anos posteriores.
“O Mestre da Guilhotina Voadora”, produção Taiwan/Hong Kong, tem todos os aspectos de um verdadeiro Cult do gênero, mesmo com algumas falhas como o de mostrar pequenos trechos de cenas que ocorrerão no filme já nos créditos iniciais, as qualidades ficam bem evidenciadas, com a bizarrice e inventividade das armas(muchacos, bastões com facas escondidas, Braços que esticam e a principal Guilhotina Voadora) contribuem na violência estilizada do filme, e também a mudança de protagonismo e antagonismo do Mestre da Guilhotina e o Lutador de um Braço até a luta final. Yu Wang acertou em cheio nesta divertida sequência de “O Lutador de um Braço Só (1971)”!
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