O filme de Lima Barreto é o precursor do faroeste brasileiro, evidenciando a região mais propensa a este tipo de gênero: o sertão nordestino e com os vilões "perfeitos" para a trama: os cangaceiros.
Há um interessante estudo de personagem ao retratar Gaudino, o líder do bando de cangaceiros que saqueia as pequenas cidades do sertão e impetuosamente mata aqueles que opõem à sua vontade. No entanto, Gaudino tem sua própria moral, o que fica claro na cena em que enfurecido ele liberta os passarinhos presos na gaiola, demostrando sua indignação com a prisão. E também a cena em que pede a benção do padre, mostrando aí seu medo em um julgamento depois da morte.
Outro personagem bem trabalhado durante o filme é Teodoro, que revê seus conceitos ao se apaixonar por uma das mulheres que o bando de Gaudino sequestra na cidade. Teodoro, antes bandido dentro da turma de cangaceiros se torna herói ao fugir com a mulher, professora de uma das cidades saqueadas.
O embate final entre Gaudino e Teodoro se mostrou realista e poético ao mesmo tempo. O "herói" que conseguiu salvar a "mocinha", mas não se livrou do vilão, o protagonista da história mas não do ponto de virada da trama.
Comentários (0)
Faça login para comentar.
Responder Comentário