O filme de Rogério Sganzerla além de ser o principal representante do Cinema Marginal, também representa o que o Brasil tem de mais diferente em relação a todos os demais países: a capacidade de esculhambar com tudo e com todos!
Mostrando uma narrativa e estética bem original, Sganzerla conta a história do bandido que tenta preencher seu vazio existencial roubando e avacalhando com ricos de diversas partes do Brasil. Através da narrativa em off, com um narrador que comenta e noticia os acontecimentos do bandido em forma de Jornalismo de rádio e sensacionalista, o diretor transforma o bandido em um mito, o qual nunca é pego pela polícia e ainda é elevado a um status de "Robin Hood", virando herói para os pobres.
Com sacadas geniais e cenas inspiradas, o cineasta catarinense utiliza-se do humor negro para mostrar situações e personagens que só poderiam ser concebidos em um cinema de um país onde "O errado é que é o certo" e toda essa miscigenação faz com que bandido se torne mito e político tosco e despreparado se torne o salvador da pátria.
O único defeito do filme é o uso em excesso da narrativa em off, que tenta em diversos momentos direcionar o pensamento do espectador para algo engraçado e subversivo, o que já era evidenciado em imagens grotescas e cenas absurdas.
Comentários (0)
Faça login para comentar.
Responder Comentário