Resenha para a mostra "Fora do Caminho" do Cineclube CAASO:
Três jovens – duas inglesas, Liz Hunter (Cassandra Magrath) e Kristy Earl (Kestie Morassi), e um australiano, Ben Mitchell (Nathan Phillips) – viajam pela Austrália até que, durante visita à cratera de Wolf Creek, o carro para de funcionar. Imobilizados e sozinhos na noite de um ambiente ermo, a esperança surge com a chegada de um caminhoneiro local que lhes oferece ajuda. História baseada em fatos reais.
Na região em que a cratera de Wolf Creek se situa, apesar de haver relatos de aparições alienígenas, os protagonistas perceberão que o horror vem de muito perto, vem do homem. A maldade erige da intolerância – da xenofobia e da misoginia, no caso –, e a psicopatia é uma situação extrema entre tanto preconceito e exploração.
O diretor e roteirista Greg McLean optou por prolongar o desenvolvimento dos personagens para gerar apego junto ao público, e seu próprio trabalho de câmera reflete essa intimidade no trato, devido à filmagem com a câmera na mão – com predileção por planos detalhes ou closes –, método que causa trepidação na imagem (usado também para transmitir tensão na segunda metade). Alternando essa proximidade com planos abertos (nestes, a fotografia é das mais belas), a ambientação, que faz ser tangível a grandiosidade e o isolamento do meio, é concebida. Intercalando essas diferentes opções de enquadramento, a montagem consegue ser orgânica na transição de tempo e espaço. Com os artifícios supracitados, a marca autoral do estreante cineasta australiano neste filme alcançou notabilidade (e algumas discórdias) nos festivais de Sundance e de Cannes.
Dito tudo isso, que o gore comece!
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