Resenha para a mostra "O Sangue de Tarantino" do Cineclube CAASO:
Fim de tarde em Austin (Texas), as amigas Jungle Julia (Sydney Tamiia Poitier), Arlene (Vanessa Ferlito) e Shanna (Jordan Ladd) se encontram para passear em bares da cidade. Dentre outros observadores masculinos, o mais peculiar e atento é Stuntman Mike (Kurt Russell), um dublê, como o próprio nome diz, que dirige seu carro indestrutível de profissão.
“À Prova de Morte” (Death Proof, 2007) de Quentin Tarantino e “Planeta Terror” (Planet Terror, 2007) de Robert Rodriguez são a dupla de filmes, originalmente exibidos juntos nas salas estadunidenses (o que não ocorreu no Brasil), que constitui o projeto Grindhouse (nome dado aos cinemas norte-americanos baratos que apresentavam dois filmes de baixo orçamento em sequência), uma homenagem dos dois cineastas ao cinema B.
No filme de Tarantino, a reverência também é à forma. Erros de continuidade na montagem, película danificada, fotografia granulada e a sensação de projeção vagabunda fazem a imersão neste universo de segunda categoria ser imediata.
E quando o diretor alcança isso com seu público, ele está livre para trabalhar o tema da obra: o feminismo. Enquanto o grande embasamento referencial é particular de uma época, o cunho feminista é atemporal e vive por si só. Isto pelo fato da dicotomia ser proposta a partir da construção do machismo, para, depois, catárticos punhos femininos buscarem aluir a desigualdade.
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