Um dos cargos da equipe técnica que mais mudou ao longo da série Harry Potter foi o de diretor. Chris Columbus, encarregado pelos dois primeiros filmes, Pedra Filosofal e Câmara Secreta, deu um ar bem infantil e mágico à saga, iniciando de boa forma a série. Alfonso Cuarón, por sua vez diretor do terceiro filme, Prisioneiro de Azkaban, foi o mais inovador, dando um ar misterioso ao filme. Mike Newell resolveu explorar o lado romântico e o lado da ação em seu capítulo Cálice de Fogo. Harry Potter e a Ordem da Fênix ficou a cargo de David Yates, que depois acabou tornando-se diretor de todos os capítulos finais da série. O diretor é melhor que Newell nesse capítulo, mas menos inovador que Columbus ou Cuarón.
Em Ordem da Fênix, Harry volta a Hogwarts para descobrir que, mesmo tendo anunciado a volta de Lord Voldemort, a maioria da comunidade bruxa não acredita na sua história, tudo isso porque o Ministério da Magia está ocultando o caso e falando mal tanto de Harry quanto de Dumbledore. Tendo acabado se ser quase expulso de Hogwarts por ter se defendido de dois dementadores, Harry tem então que conviver com esse clima que se forma ao redor dele. Por isso, para disseminar suas ideias e ensinar Defesa Contra as Artes das Trevas (matéria que ficou encarregada pela secretária do Ministro, Umbridge) aos estudantes, Harry cria a Armada de Dumbledore.
O roteiro, dessa vez a cargo de Michael Goldenberg (esse é o único filme da saga cujo roteiro não é de Steve Kloves), é razoavelmente bem adaptado, mas fraco. Com alguns furos, Goldenberg esqueceu de explicar melhor alguns pontos como a Ordem da Fênix, a implicância do Ministério, entre outros.
David Yates, que até então só havia trabalhado em filmes para a televisão, acaba tornando o filme televisivo demais. Isso pode até ser interessante, mas torna o longa monótono demais em algumas partes. Mas pelo menos Yates soube conduzir razoavelmente bem o filme.
As atuações melhoraram pouco. Daniel Radcliffe (Harry) continua com uma atuação no mesmo nível que a de Cálice de Fogo. Emma Watson (Hermione) e Rupert Grint (Rony) evoluíram um pouco. O resto da Armada de Dumbledore possui algumas atuações boas. Bonnie Wright (Gina Weasley) tem uma boa atuação nesse filme, bem carismática. Matthew Lewis também consegue passar bastante carisma como o aparentemente fracassado Neville Longbottom. Os gêmeos Oliver e James Phelps, no papel dos divertidos gêmeos Weasley, também garantem alguns sorrisos. Mas a melhor do elenco jovem é Evanna Lynch, no papel da 'diferente' Luna Lovegood. Fica óbvio que Evanna se entregou totalmente ao papel, levando a personagem de modo inspiradíssimo.
Já com o ótimo elenco adulto, continuam maravilhosas atuações. Os sempre bons Michael Gambon (Dumbledore), Alan Rickman (Snape), Maggie Smith (McGonagall) e Ralph Fiennes (em uma pequena mas ótima aparição de Voldemort) continuam com ótimas atuações. Das novidades do elenco, surgem dois maravilhosos nomes: Imelda Staunton e Helena Bonham Carter. Imelda consegue passar de modo inspiradíssimo o caráter de Dolores Umbridge, sendo impossível não odiar a professora desde o primeiro momento dela em tela. Helena está ótima na pele de Belatriz Lestrange (a maior seguidora de Voldemort), em uma breve aparição.
A parte técnica do filme é boa também. A direção de arte continua maravilhosa (o Ministério e a Casa dos Black são cenários magníficos). A fotografia também se destaca, desta vez em tons azulados. Os efeitos especiais se mostram quase perfeitos em cenas como o ótimo duelo entre Dumbledore e Voldemort, mas ainda assim possuem defeitos. A trilha sonora, agora de Nicholas Hooper, está no mesmo nível de Cálice de Fogo (ou seja, é fraca), mas ainda possui algumas músicas que se destacam, como Fireworks. Um novo destaque é a ótima edição. As cenas que envolvem a Armada de Dumbledore, especialmente, dão um show nessa técnica.
Harry Potter e a Ordem da Fênix pode ser limitado, mas possui uma boa parte técnica, boas atuações, algumas boas sequências e é claro, a ótima história de Harry Potter.
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