Ontem revi esse filme maravilhoso, A Vida Secreta de Walter Mitty, aliás foi o primeiro que tive a oportunidade de assistir em uma sala de cinema no longínquo ano de 2013.

A película ainda impressiona com sua história envolvente e muito bem desenvolvida. A fotografia é fantástica, principalmente quando o protagonista Water Mitty faz suas viagens para lugares inóspitos.

Quem conseguiu mergulhar de cabeça na narrativa teve uma experiência incrível. Pois quando Walter fica nervoso ao falar com seu interesse romântico, o público também fica nervoso. Da mesma forma que quando Water está em uma aventura, o espectador também está. Sentimos empatia por Water Mitty e torcemos muito por ele. Isso tudo acontece porque a atuação de Ben Stiller é memorável, desde a primeira cena o espectador senti o receio que Water tem de dizer o que realmente pensa e suas ações são sempre muito retraídas. Porém o personagem tem uma evolução absurda se tornando um aventureiro confiante. Tudo isso ocorre de forma gradual, não é nada apressado ou sem justificação.

Ben Stiller também dirigiu o longa-metragem, outro fato louvável.

Nos entendemos as motivações de Water para suas ações, ao conhecermos os pequenos detalhes da sua infância. O espírito aventureiro de Water sempre esteve com ele, apenas estava guardado depois de um trauma pessoal, a morte do seu pai, quando ele tinha 17 anos.

Water Mitty passou anos sem se permitir viver de verdade e quando esse o faz descobre o que realmente importa e consequentemente a felicidade plena.

O filme mostra que as vezes a vida mecânica urbana nos molda de tal forma que nem percebemos, achamos natural não fazermos o que realmente nos traz felicidade.

Assistir A vida secreta de Water Mitty e não refletir sobre a vida é improvável, a vontade de viver depois de ver as aventuras de Water é gigante é uma grande injeção de energia de potência. Está obra é um convite para as discussões existencialistas.

PS: O filme já valeria a pena, apenas pela cena que é reproduzida a música "Space Oddity " do David Bowie, aquela cena marca toda a mudança do filme, além de ser emocionante.