Eis que surge o grande filme da Marvel em 2014, quando se pensava ser impossível bater Capitão América 2: O Soldado Invernal, o estúdio entrega ao público nerd (e aos aspirantes a tal) um divertidíssimo Guardiões da Galáxia! Quem esperava? Poucos, tenho certeza. Comecemos com a genialidade da Marvel, que perde sucessivamente alguns de seus principais heróis para outras produtoras em busca de dinheiro, e faz rentável um de seus heróis B, até aquele presente momento, Homem de Ferro. Mas aquela não seria a grande sacada do estúdio, eles guardavam para seis anos adiante um guaxinim falante e uma árvore que só diz uma palavra como mais um dos grandes trunfos dos últimos anos. Fazer dinheiro com isso? Devaneio? Não para a Marvel!
O primeiro filme espacial do universo da Marvel nos cinemas não tem medo de errar, e acerta em cheio numa pegada mais leve e muito, mas muito mais humorística do que os anteriores (aliás, cerca de três meses antes o estúdio lançava seu filme mais "sério", o segundo Capitão América, outro filmaço!).
Em Guardiões da Galáxia somos apresentados a um novo time de heróis, desconhecidos de grande parte do público, público este que ainda assim foi atraído ao cinema pelas diversas ações de marketing que envolviam o projeto, além da grande fase da Marvel nas telonas, já reconhecida até mesmo pela parcela da população que acha que HQ's são coisas de criança. São eles: Star-Lord, o único humano do grupo, abduzido e levado ao espaço ainda criança. A filha adotiva de Josh Thanos Brolin, Gamora, a mulher mais letal das galáxias (nem tanto assim no filme), Drax, o parrudo que leva tudo ao pé da letra, além de Rocket Raccoon e Groot, o guaxinim e a árvore já mencionados acima. Quais as chances desse time ser levado a sério? É aí que James Gunn acerta o tom do filme, caçoando dele próprio e talvez do restante do universo Marvel no cinema, torna tudo uma imensa piada com duas horas de duração, com uma trilha sonora ao fundo que é uma das melhores do ano, carregada de clássicos. Além do elenco, encaixado e entrosado o tempo inteiro, com bom timing nas piadas e tornando os relacionamentos e questionamentos do grupo, críveis para o público.
Já na primeira cena do nosso Peter Quill (Chris Pratt ex-gordinho, tomando conta do filme para se tornar um dos queridinhos de Hollywood no momento), ele está em busca de um artefato o qual nem o próprio Peter sabe exatamente o que é, e pelo qual Ronan (o vilão, para quem não sabe, que é Lee Pace, e isso eu tenho certeza que muita gente não sabia mesmo!) tem interesse também. Mas nosso aspirante a herói descobre isso só depois de dançar e cantar Come and Get Your Love enquanto caçava seu prêmio naquele estranho planeta, o que rende boas risadas já de início. Ali entendemos o que o filme quer nos passar: Uma mistura entre ficção científica, heróis, comédia exacerbada e porradaria. Mas que época para ser nerd!
A trama se desenrola enquanto somos apresentados a cada um dos personagens, até que os cinco estejam finalmente reunidos na prisão, onde vemos pela primeira vez o time completo e, de certa forma, trabalhando juntos. A partir daí motivações de cada um vão sendo reveladas e afinidades criadas, como em qualquer filme com um grupo de protagonistas. O ponto mais questionável fica para Ronan, às vezes rebaixado pelo próprio Thanos, e perdendo aquele estofo de grande vilão da trama. Mas nada que diminua o nível do filme, que é entretenimento para qualquer pessoa, crianças, idosos, pais e mães e principalmente o vasto povo nerd, que se multiplica a cada dia graças ao crescimento dos heróis nos cinemas do Brasil afora. Uma das grandes películas do ano, e rezemos para que venham mais por aí!
Excelente comentário! A Marvel, tanto errou que começou a acertar. Esse, Homem de Ferro e Capitão América 2 são seus melhores filmes até o momento.