Não podia deixar de escrever aqui sobre um dos meus filmes preferidos, exatamente, eu estou na parte da população mundial que gosta de Armageddon, e gosta muito. Então lá vai.. A superprodução de 150 milhões de dólares estreou dia primeiro de Julho nos Estados Unidos e foi a maior bilheteria de 1998 nos cinemas americanos (US$ 201,578,182), mesmo assim não foi tão adorada pela crítica, e nem o público acabou tão satisfeito, tanto que até hoje o filme divide opiniões, uns só vêem erros atrás de erros no filme, enquanto outros dão nota 10. Talvez por ter sido um dos primeiros filmes sobre catástrofes (veio um pouco depois de Independence Day, outro bom filme), seja também um dos melhores, as produções mais novas que abordam esse tema abusam demais de clichês, e o cinema americano insiste em somar filmes parecidos que não acrescentam em nada, parece que agora a ordem em Hollywood é concorrer. Exemplo recente disso é a mais nova tentativa de um filme baseado nos quadrinhos de Hulk, um parecido já havia sido lançado em 2003, e o novo não acrescenta muito, como era de se esperar.
O comandante do filme, Michael Bay, não passa de um diretor médio, que vem somando filmes médios onde na maioria deles o roteiro é o grande furo. Armageddon foi apenas o terceiro filme do diretor, que antes já havia feito 'A Rocha' e 'Bad Boys', que também não são nada demais. Na maioria de seus filmes, Bay conta com bons elencos, que nem sempre são o bastante pra salvar as produções. Mesmo assim o diretor demonstra que sabe dirigir boas cenas de ações, em Armageddon não é diferente, essas cenas ficam muito boas, uma das virtudes do filme. O filme recebeu quatro indicações ao Oscar, por Melhores Efeitos Sonoros, Efeitos Especiais, Som e Melhor Canção Original (Don't Want To Miss A Thing - Aerosmith), a música ainda venceu o MTV Movie Awards de 1999 na categoria Melhor Canção e foi indicada ao Grammy, por Melhor Canção Composta Para um Filme. Nem preciso dizer que a trilha sonora de Armageddon é um grande diferencial.
As cenas são rápidas, algumas passagens não chegam a durar 1 minuto sequer, abusando de sons e efeitos especiais (a cena de destruição de Nova York é um show, como grande parte dos efeitos do filme), isso poderia ser classificado como um deslize, mas nesse filme eu acho que é mais uma virtude. As cenas aceleradas provocam uma tensão maior durante o filme, além de deixarem o telespectador grudado na tela durante os, aproximadamente, 150 minutos de filme. Um filme longo, mas que pelo roteiro, realmente precisava de mais de duas horas. Recentemente a TV Globo passou a transmitir o filme, que antes era transmitido pelo SBT, só que a Globo cortou diversas partes do filme, que eles julgaram ser desnecessário, os fãs se revoltaram. Mais uma prova que ao menos para os fãs do filme, cada minuto foi importante. Belas filmagens e efeitos sonoros e visuais são a grande marca do filme, então não vale muito para aqueles que querem ver diálogos inteligentes e bem bolados. Tenho certeza de que quem gosta de ação e tensão exagerada vai gostar do filme.
Logo aos 10 minutos do filme ficamos sabendo que um asteróide está prestes a destruir a Terra, a cena que segue começa a apresentar Harry Stamper (Bruce Willis) e seu grupo de perfuradores de petróleo, que mais tarde seriam a esperança da humanidade. A equipe formada por irresponsáveis e bem-humorados perfuradores que mais tarde seriam astronautas (tratados por muitos como o grande erro da história da NASA) segue numa viajem alucinante até o asteróide. Depois de toda essa introdução o roteiro segue com várias cenas de ação e efeitos especiais, romance e até bastante comédia, tudo isso banhado com muito drama, principalmente nas partes finais do filme, quando são usadas algumas fórmulas bem batidas para provocar a emoção no público, e não posso dizer que não dá certo. Depois de tanta ação o diálogo final de Harry e Grace é realmente emocionante, como também é comovente a relação de Charles (Wil Patton) com sua ex-esposa e filho, o filme está bem na sua parte dramática. Bruce Willis já era um ator reconhecido no cinema quando interpretou o frio Harry Stamper, na minha opinião mais uma boa atuação dele. O casal do filme, A.J. (Ben Affleck) e Grace (Liv Tyler) ficou um pouco a desejar, não demonstraram identificação com os personagens e muito menos entrosamento entre eles. Affleck ainda era inexperiente, mas até hoje continua sendo o mesmo ator superficial de Armageddon, já Liv Tyler participou de um trabalho mais significativo anos depois, Senhor dos Anéis, mesmo assim não teve grande atuação. Steve Buscemi contribui bem com a comédia, interpretando Rcokhound, o caçador de mulheres. O filme ainda nos mostra um Owen Wilson que ainda não pensava ser (ou tentar ser) tão engraçado como é hoje. Dos atores coadjuvantes os mais destacados foram Will Patton, como o braço direito de Harry, e Billy Bob Thornton, como o comandante da NASA. Na média as atuações são seguras. Por fim, Armageddon foi uma grande produção que sentiu falta de atores mais inspirados e um melhor roteiro, mesmo assim é um bom filme, com mais acertos do que erros. E para os fãs é para ver uma, duas, três, mil vezes.
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