A primeira vista, Dredd parece Robocop, mas diferente do clássico dos anos 80, Dredd não pode deixar o seu lado humano surgir durante o trabalho, pois se fizesse isso seria morto. Seguindo 100% do seu dever como policial (e Juiz), Dredd é incorruptível, sem dó, mas motivos é o que não faltam para manter essa posição imutável, Mega City Um é uma representação das grandes cidades violentas do mundo atual, no qual o único meio de colocar controle em meio ao caos, é ser rígido contra o inimigo (e a si mesmo), para não amolecer perante o inferno.
Baseado numa clássica HQ inglesa, o filme de Pete Travis é simples: retratar um dia de trabalho de Dredd nas ruas violentas da cidade. Ao mesmo tempo, ele recrutado para avaliar uma novata (Olivia Thirlby), que possui poderes de telepatia, e juntos mergulham dentro de uma favela em forma de torre de babel, onde nos interiores mais obscuros, é comandado pela mão de ferro Ma-Ma (Lena Headey). É isso a trama, nada mais, sendo que o espectador é jogado junto com dupla, em meio a esse inferno de violência do interior do prédio, que em muitos momentos lembra uma favela real comandada por bandidos irracionais, assassinos, que não existam em cometer atos terríveis, mesmo colocando em risco os inocentes que vivem no mesmo prédio.
O filme não perde tempo em dar lições de moral para quem assiste, sendo que a única que passa, é de jamais baixar á guarda. Muito embora, a personagem de Olivia Thirlby seja uma representação de nos mesmos perante aquele lugar, em que ela passa conflitos e dilemas internos sobre o que ela está se metendo. Entretanto, ela tenta de todos os meios não fazer com que isso lhe atrapalhe num momento critico, mesmo quando ela encara o horror de suas ações. Enquanto isso, Karl Urban tem uma interpretação eficaz interpretando Dredd, mesmo usando a todo o momento um capacete que cobre boa parte do seu rosto, mas graças a sua voz grave, e gestos minuciosos do seu corpo, ele passa para o espectador que é uma pessoa segura de suas ações e que não passa em nenhum momento arrependido no que faz. Pode não ser um modelo correto para aqueles que são a favor da paz, mas em territórios hostis como esse (nenhum pouco diferente de outros filmes como Tropa de Elite), ele é a pessoa certa no lugar certo.
Mas uma das grandes surpresas do filme fica por conta presença magnética de Lena Headey (vista em 300), que cria uma aura trágica vinda da personagem Ma-Ma, que embora seja um monstro, nos acabamos por compreender os elementos que a levaram a se tornar. Com um olhar frio, e uma cicatriz no rosto, Headey se sobressai numa interpretação certeira, em momentos imprevisíveis e que se sobressai em momentos chaves da trama. Alias, ela protagonista de cenas inesquecíveis, onde a sua personagem ingere uma droga chamada Slo-Mo, onde o usuário acaba enxergando tudo de uma forma mais lenta do que o normal. É neste ponto, que o filme nos brinda com uma das mais belas imagens em câmera lenta do ano, que enlaçado com um 3D que explora ao máximo a profundidade dos cenários. Sangue, fumaça, e estilhaços, são simplesmente jogados na cara do espectador, que embora alguns possam se chocar, não há como não se maravilhar em cenas tão bem feitas e delirantes.
Cru, direto, e certeiro, DREDD nada mais é que uma visão barra pesada sobre a violência das grandes metrópoles atuais. E mesmo que os agentes dos politicamente corretos tentem tapar o sol com a peneira, é bom eles pensarem em tomar providencias para não chegarmos ao ponto de precisarmos ter um juiz em cada esquina de nossa cidade.
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