Ah, o tal do sucesso do 1º filme. Divisor de águas e quase sempre a sequencia é lançada somente com o intuito de gerar mais dinheiro. Isso é inevitável. Hoje infelizmente, além do quesito artístico do cinema, o lado financeiro anda lado a lado. Obviamente, as produções mais alternativas não visam a obra com esse intuito, mas para banca-las os estúdios precisam dos blockbusters, eu até entendo o pensamento dos 'big boss', afinal quem não quer ter o bolso abarrotado? O imenso sucesso de "Piratas do Caribe: A Maldição do Perola Negra", claramente gerou o pedido de encomenda de mais dois episódios e aí chegamos em outro quesito: o filme de transições, que geralmente não possuem meio termo, ou são muito bons ou muito ruins, caso o segundo filme da 'Trilogia do Anel', "As Duas Torres" que é chato e arrastado e um filme que é uma ótima transição "The Matrix: Reloaded", mas que culmina num péssimo terceiro filme. "Piratas do Caribe: O Baú da Morte" se mostra uma eficiente preparação para a o proximo episódio...
Essa continuação começa algum tempo depois do primeiro filme, o que faz imprescindível você assistir ao primeiro para ter uma compreensão total dos personagens. Nessa nova aventura, Elizabeth Swann e Will Turner estão prestes a se casar quando são presos por ajudarem a fuga de Capitão Jack Sparrow. Logo, Will é levado a ter que procurar Jack Sparrow para tentar pegar a bússola (que no primeiro filme levava para a ilha da morte) que irá guiá-los até o local onde está o Baú da Morte, que, segundo a lenda, contém algo muito importante e quem o tiver em sua posse poderá ter os sete mares em seu poder. Depois de uma série de acontecimentos, o outrora ajudante-de-ferreiro-que-descobre-ter-sangue-pirata não vê mais Jack Sparrow como um ídolo e sim como um amigo e Elizabeth deixa de ser a donzela a ser salva e parte ela mesma para o quebra pau quando é necessário. Nessa salada de bagunça ainda rola muita coisa...
O capitão do Holandês Voador é um ser meio-homem/meio-monstro-marinho, que vaga pelos oceanos desde o dia em que seu coração foi despedaçado por um caso de amor mal resolvido. A sua tripulação lembra aquele episódio do Pinóquio em que o boneco de pau cai na tentação e vai se transformando em burro. Aqui, porém, para não morrer, os marujos vendem suas almas e também vão se transformando aos poucos em criaturas marinhas, são anos de serviço para ganahrem a libertade. Dessa vez, sai Geoffrey Rush e entra Bill Night, que mesmo irreconhecível atrás de maquiagem e efeitos especiais, conseguimos identificar muito de seus trejeitos e cacoetes. As cenas envolvendo a tripulação são empolgantes e arrepiantes, mas esse é um filme pipoca certo? Então toda a magia que ele deveria ter ainda está presente. E talvez a melhor sequencia do filme seja a sua primeira que é a fuga de Sparrow e dos piratas de uma tribo canibal que além de endeusar Sparrow eles acreditam que devorando-o irão estar fazendo um sacrifico de luz, prosperidade e bênçãos, hilário.
Um fato que abrangeu a trilogia "The Matrix", "Senhor dos Anéis" e a nova trilogia "Star Wars" também é vista aqui com o 2º e 3º capítulos sendo rodados simultaneamente o que além de ser mais rápido e pratico, rende uma economia gigantesca no orçamento da produção, claro os profissionais tem trabalho redobrado, mas a qualidade acaba sendo a mesma e após tudo quase finalizado, vários retoques podem ser feitos e melhorados principalmente no quesito efeitos especiais. Área essa da produção que nesse episodio recebeu tratamento além da gigante Industrial Light & Magic, mas também da Tippet Studio. Proof e Animal Makers, deixando ainda o resultado final ainda mais fantástico de se ver. A direção de arte continua excelente, como podemos comprovar nas cenas onde se encontra o vilarejo que vive a feiticeira Dalma, a proeza dos engenheiros e desenhistas são para o mais cético critico aprovarem e babarem.
Verbiski aprendeu e não aprendeu com certos erros que apareceram no primeiro filme. As cenas de ação que por mais exageradas que sejam estão bem mais dinâmicas e remanejadas na tela. Os efeitos sonoros continuam muito bem executados e a direção de arte e efeitos visuais continuam sendo acertos do diretor, mas talvez o quesito técnico que mais falhou tenha sido a trilha sonora. Nome nem sempre é sinônimo de sucesso e a saída do compositor Klaus Badelt para a entrada do renomado e famoso Hans Zimmer se mostrou um grande erro tornando a trilha monótona e repetitiva. O roteiro, fator primoroso da primeira película aqui possui grandes buracos e situações constrangedoras. A relação de Will com seu pai não emociona e seu romance com Elizabeth que no primeiro já não era grande coisa aqui acaba sendo pior. E pra mim um fato engraçado, mas totalmente falho é o macaco de Jack que continua sofrendo da maldição sendo que ela já não tinha sido quebrada?
As atuações de Bloom, Knightley continuam insossas e o restante do elenco continua no mesmo bom nível do primeiro, destaque para a inserção de Naomie Harris na pela da insana Tia Dalma e o inglês mais porra louca Bill Night na pele de Davy Jones, mas o mérito maior continua com o já milionário e famoso mundialmente Johnny Depp. Depp consegue pegar exatamente seu personagem a partir dos cacoetes que ele colocou para Sparrow, sem mesmo pestanejar, e fica fácil para o público aceitar que o filme acontece poucos meses depois do primeiro. Tudo está lá do mesmo jeitinho, o ego, olhar e todas as características responsáveis pelo sucesso do personagem.
A duração continua grande, são 150 minutos, mas que passam voando. O orçamento também está pomposo e se você já achava os US$ 150 Milhões do 1º uma fortuna, ira se assustar com os US$ 225 Milhões desse, mas calma! Não precisa ter motivos para preocupações, a bilheteria mundial ultrapassou a casa do bilhão. Uma aventura despretensiosa, com muita aventura e efeitos... Talvez a longa duração possa espantar os mais inquietos, mas de toda forma o filme possui qualidades que fazem dele uma excelente pedida e o terceiro filme já é outra história. E que venha mais rum com pipoca!
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