Para quem ainda não sabe, Anjos da Lei foi uma série dos anos 80 exibida canal FOX, e transmitida aqui pela rede Globo. Um dos astros da séria era Johnny Depp, e a boa exposição contribuiu para sua carreira. Teve 5 temporadas e não era comédia. Dessa forma o filme não é exatamente uma adaptação da série, mas de seus conceitos básicos.

Schmidt (Jonah Hill) e Jenko (Channing Tatum) se conhecem desde o colegial mas não eram amigos. O primeiro era o nerd com notas altas, mas socialmente renegado. O segundo, notas baixas mas querido entre os alunos e especialmente alunas. Encerrado o colégio, os dois se encontram na academia de polícia e percebem que podem se ajudar. Enquanto Schmidt ajuda Jenko nos testes teóricos, este o treina para os testes físicos. Mas o mau desempenho na polícia, aliado ao visual adolescente dos dois, os leva a serem integrados a um programa especial da polícia batizado de Anjos da Lei, no qual policiais são infiltrados em escolas. Sua missão é descobrir quem está vendendo uma nova droga sintética na escola, se infiltrarem entre os traficantes e finalmente descobrirem o fabricante.

Há filmes que confundem. Ainda enquanto assistia Anjos da Lei, não conseguia definir o quanto o filme era bom ou ruim. Esquisito mesmo. Se alguém perguntasse no momento “Esse filme é bom?”, teria de responder “Cara, não sei!”. Mas felizmente já ao final, uma série de piadas ordinárias me ajudou a clarear a mente. Então, em resumo, o filme é regular. Schmidt e Jenko não são exatamente melhores policiais que os formados pela Loucademia de Polícia. Quando chegam para o primeiro dia de “aula”, percebem o quanto as coisas mudaram. O comportamento politicamente correto impera e os “ecochatos” agora são os grupos populares. Isso coloca a dupla em uma situação inversa. Schmidt agora se torna o popular e Jenko fica na sombra, sendo considerado “o cara chato”, especialmente após esmurrar um estudante negro e gay logo no primeiro dia. Para reforçar a mudança de situações, suas fichas estudantis são trocadas porque se atrapalham e dizem os nomes falsos errados. De resto, o filme progride com situações clichês, nas quais a dupla regride cada vez mais à adolescência. O momento mais interessante fica por conta da aparição surpresa Johnny Depp, ainda que depois descambe em mais uma situação ridícula. Anjos da Lei fica entre uma comédia adolescente sem sexo, e os filmes de comédia exagerados do tipo Top Gang ou Corram Que A Polícia vem Aí, mas sem criatividade. E Channing Tatum como adolescente parece a mesma forçada de barra que certas produtoras de filmes adultos praticam.