Por estarmos acostumados ao humor negro de seus clássicos filmes, é de se espantar ver Sergio Leone dirigir um filme com um tom pastelão e cartunesco como este. Felizmente, o criador do “estranho sem nome”, nos proporciona ótimas risadas, levando agente para um lado mais divertido do velho oeste. Aliás, o gênero de humor, misturado com esse gênero, seria algo que apareceria muito nos anos 70, sendo que na maioria deles, seriam estrelados por Terence Hill e “Meu Nome é Ninguém” está entre os melhores estrelados por esse cômico ator.
Embora nos créditos, a direção fica a cargo de Tonino Valerii, da para perceber que o filme ficou bem dividido entre ele e Leone, e acredito que Valerii tenha aprendido ao máximo, a maneira que Leone filmava determinadas cenas. Muito embora, acredito que os primeiros dez minutos de projeção foi todo feito por Leone, pois tudo que se vê ali é algo muito similar no que agente já viu em suas obras anteriores como Era uma vez no Oeste. Logo de cara, somos apresentados ao prólogo de um dos pistoleiros mais rápidos do mundo: Jack Beauregard (Henry Fonda), o qual mata três homens ao som de um único disparo, embalado pela conhecida e bela trilha sonora orquestrada por Ennio Morricone.
Quando somos apresentados a “ninguém”(Terence Hill), o tom muda radicalmente, como se fosse outro filme e sintetizando todo o lado bem humorado que o personagem nos proporcionaria no decorrer da trama. É neste momento, que fica claro a presença de Tonino Valerii na direção, e no decorrer do filme, tanto ele como Leone faria rodízios no decorrer das cenas. Normalmente essa forma de criar um filme não daria certa, mas pelo visto, a relação de trabalho de ambos os cineastas deve ter sido ótima, pois o filme nos proporciona momentos muito engraçados e antológicos. A seqüência em que o personagem de Fonda confronta 150 homens a cavalo, com a ajuda (ou não) de “ninguém” é magistral e muito bem orquestrada.
Enfim, cheio de referências, sem apego aos clichês e com uma direção impecável.
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