Millennium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres (2011). E ficou como comida requentada!
Foi vendo um teaser deste filme que me levou a conhecer mais da Trilogia de Stieg Larsson. Enquanto aguardava por essa versão made in USA, eu assisti o original sueco, e que eu AMEI. Mas quando vi o teaser da versão americana, eu gostei muito; me motivou mesmo a vê-lo. Aliás, gosto mais de ver os teasers dos filmes do que os trailes; é que o primeiro vende o produto puro e simples, já um trailer o faz pensando mesmo no público alvo. Ai então veio a questão ver ou não ver esse de 2011? É que o outro, o original de 2009 ainda estava na memória. Decidir assistir. E não deveria ter feito isso! Deveria ter deixado passar mais tempo. Porque ficou mesmo um gosto de remake, e sem a emoção e a adrenalina de quando assisti o filme original.
E o que foi que aconteceu? Me perguntei ao final do filme. É um filme muito bem construído. De uma beleza ímpar. Fotografia perfeita. Som, idem. Atuações, também. Bem, não se pode dizer que David Fincher pecou em algo. Talvez por ter aceito fazer o filme agora.
Mesmo mudando certas cenas, mesmo assim o filme perdeu o suspense para mim. Ok! Nem teria como ser de outro jeito pois eu já conhecia toda a trama. E até por isso não deveria me incomodar. Se eu até me preparei para ver um remake, e de uma excelente história. Então era focar no Drama, e na beleza plástica do filme. Mas Fincher jogou todas as fichas num Thriller. Algo que pode ter agradado a muitos, principalmente os que não viram o de 2009, ou o viram há muito mais tempo que eu. Eu vi não tem nem seis meses.
Então o que ficou desse filme?
Das poucas vezes que faço comparações entre dois filmes, uma seria como agora: original e versão, mas tendo um curto espaço de tempo entre eles. Em relação as atuações, se for para colocar numa balança atores/personagens de 2009 versus 2011, meu voto penderá mais para atuação/elenco do original.
- Enquanto o Mikael Blomkvist de Michael Nyqvist passava a carga de um homem com uma faca no pescoço, com receio de ser preso, com uma certa raiva de si por ter caído numa cilada, o de Daniel Craig estava mais para um espião que entrou numa fria e em uma sátira. O de Blomkvist passa um ar de inteletual, alguém letrado. O de Craig ficou mais um jornalista que usa muito mais a internet como fonte de pesquisa. Nada contra esse lance, pois trouxe o personagem para a atualidade. A questão é que fica um romantismo maior para um jornalista investigativo que vai às ruas, que sente o cheiro do papel, que torce por um “Parem às prensas!“, mas por ter trazido um grande furo. E esse ficou transparecido no de 2009. Craig ficou blasé demais. Na cena onde entra na casa de Martin Vanger, mas parecia que tinha ido pedir uma xícara de açúcar ao vizinho.
- Também para as duas Lisbeth Salander, que mesmo com um exterior semelhantes – couro, percing, tatoo, visual meio agressivo… -, houve diferenças nas performances. Como eu escrevi no meu texto do filme original, essa personagem me fascinou. De eu querer me detalhar mais na análise dela, mas o farei após eu assistir os três filmes. Então agora um pouquinho das duas. A de Noomi Rapace fez dela uma fera ferida, mas uma menina em seu olhar. Uma Lisbeth a quem o mundo fora cruel, mas que mais que responder com igual violência, era como uma armadura. A Lisbeth de Noomi traz sua história até na sua postura. Já de Rooney Mara não trouxe o passado em si. Foi como se só passou a sofrer as pancadas do mundo recentemente. Dai sua reação tinha mesmo o peso do momento.
- Até o Henrik Vanger do filme original transmitiu mais amargura. Pela família a qual fazia parte. Pela busca da dileta sobrinha. O de Christopher Plummer calcou-se mais na ironia. Talvez por conta disso, dou como empatados os dois Henrik Vanger.
- Para a tal sobrinha desaparecida, a Harriet Vanger ficou um paradoxo. É que gostei mais da história do de 2009, por ficar mais verossímil. Mas mesmo não gostando da história dada a essa personagem por David Fincher, eu gostei da personagem. Talvez por ter gostado da atriz em outro trabalho. Não coloco o nome dela aqui, porque seria um grande spoiler.
- Em relação aos dois Martin Vanger, posso dizer que houve um empate. O de Stellan Skarsgård passou mais um refinamento como algo nato. Já o de 2009, mostrava que fora algo adquirido. Ambos mostraram frieza. Mas o de 2009 mostrou-se mais perverso.
Agora, o que eu gostei mesmo foram os computadores usados. Desempenho e performance dessas máquinas. Amei o tal programa de exibição de fotografias. Como também o uso desse ferramental, aliado a internet como ajuda na elucidação de um mistério. Claro que a trama traz o fator inteligência de quem opera -Mikael e Lisbeth -, em primeiro plano. A investigação avança porque ambos são muito bons. Mas essas maravilhas do século XXI tornaram-se excelentes coadjuvantes nesse filme. E me fez pensar em: “Quero um Mac!”
Então, é isso! Vou deixar passar um longo tempo para rever essa versão. Quem sabe ai não me venha mais com sabor de comida requentada. Porque agora, mesmo com temperos adicionais para apurar o gosto, me fez foi querer rever o original que é nota 10; como ver as continuações. Pelo conjunto da obra, esse aqui é um ótimo filme.
Por: Valéria Miguez(LELLA).
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