Com certeza, ter os nomes de Angelina Jolie ou Johnny Depp estampados em cartazes espalhados por ai é o sonho de qualquer diretor. Mas ter os dois, no mesmo filme, fazendo um par romântico é mais do que esperado. Mas nem todos conseguem aproveitar da maneira certa a bela oportunidade que tem em mãos. E esse é o triste exemplo de Florian Henckel von Donnersmarck, diretor de ‘O Turista’.
A história é a seguinte. Frank Taylor é um turista qualquer que veio visitar a cidade de Veneza. Elise Morde é uma mulher misteriosa que já começa o filme sendo observada discretamente pela polícia. Frank e Elise se conhecem depois dela se sentar indiscretamente na mesma mesa dentro do trem onde ele estava. A partir daí, quanto mais Frank a conhece (e se apaixona por Elise) mais a sua vida corre perigo – e por todos os lados, máfia e polícia.
Contando assim, até parece que o filme é por inteiro um policial de primeira. Mas não. Não é nada disso, ou pelo menos não chega a ser tudo isso. Posso até criar uma nova categoria para esse filme que, com certeza, a meu ver, se encaixa muito bem com ele: uma comédia policial. Isso mesmo, comédia. Enquanto estava no cinema nada mais passou pelos meus ouvidos do que risadas da platéia em geral. E tudo isso se deve ao personagem de Depp, que em certo momento, recebe o espírito de Jack Sparrow no meio de uma cena no telhado. Enquanto a parte cômica do filme fica com Johnny, a área chique/sensual, com olhar hostil/zombador fica com Jolie. A sua personagem, que passa a maior parte do filme dando foras no personagem de Depp, é o alvo das câmeras. É nela que se concentram os olhares. Por vezes Johnny é totalmente esquecido e dar lugar sem problema algum a Angelina.
Na área técnica, na minha humilde visão, o filme não peca. Pelo contrario, acerta e muito. As locações de Veneza não podiam ser mais belas, destacando-se as perseguições com barcos. O figurino também acerta em cheio, mas novamente priorizando a personagem de Jolie que veste os mais belos vestidos durante a trama enquanto que o de Depp não passa de paletós comuns e sem estilo algum.
Na questão de atuações é que o problema vem. Johnny não se sai tão bem quanto o esperado interpretando Frank (ele já fez personagens melhores e mais bem elaborados). Já Angelina não surpreende, mas também não deixa de marcar presença.
O fim surpreende, mas para mim não foi uma surpresa muito boa. Com furos – enormes – deixados para trás com aquela revelação ele termina sem grande impacto.
Mesmo não sendo realmente o que eu esperava valeu o ingresso. Ver dois dos mais queridos atores de Hollywood é um colírio para os olhos. Espero revê-los novamente em outro trabalho num futuro não tão distante e num filme mais empolgante.
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