Para entender a saga de Tommy na era digital é preciso desligar o shuffle e viajar na história lineramente. Ela continua relevante e permite agregar referências contemporâneas sem perda da originalidade do grupo
Filme do diretor e roteirista Ken Russel. Porém, seria um crime atribuir menos crédito a banda The Who, que lançou a lendária Ópera Rock e álbum homônimo seis anos antes, mais méritos a Pete Townshend. Para ser sincero, ouvi o CD pela primeira vez nesse ano também, a pesar de já conhecer o trabalho do The Who. E mais sinceramente ainda, o álbum é muito melhor do que o filme, que não chega a ser ruim, aliás é um delírio vibrante de uma história que se passa durante a II Guerra Mundial, de um menino que fica cego, surdo e mudo, de forma psicológica, após ver seu pai assassinado pelo amante da mãe.
No reflexo do espelho ele vê um convite de liberdade, é quando segue para um ferro velho e se revela o mago do fliperama, “Pinball Wizard” dá o tom forte e grandiosamente psicodélico do momento. E depois, quando já está livre, na musica se torna um daqueles sacerdotes do Rock n’ Roll, como eram mesmo os ícones da musica na década de 60 e 70.
O problema é que o filmes não consegue ser um épico de forma tão grandiosa quanto o álbum. Talvez por falta de uma música mais alta e vibrante, mas deixando de lado as comparações com o álbum, é um filme obrigatório. Com um elenco invejável, que conta ainda com Jack Nicholson, música melhor ainda, “Tommy” se torna uma explosiva produção cinematográfica com momentos grandiosos como Tina Turner em “The Acid Queen”, Elton John em “Pinball Wizard” e Eric Clapton em “Eyesight To The Blind”. Um grito de liberdade e vajante pelo rock n’ roll.
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