Nine é um filme baseado num musical de sucesso da Broadway, que for sua vez, é baseado em 8¹/² de Federico Fellin, considerado por muitos, uma das maiores obras-primas do cinema. Durante todo o começo da produção, foram criadas especulações de que seria um filme espetacular, grandioso, um musical jamais visto, começando pelo seu elenco, com nomes de peso de Holywood, porém, o resultado está longe disso, já que, apesar de seu visual, o filme possue sérios problemas em seu roteiro e direção.
O filme conta a história de Guido Contini, um diretor de cinema, italiano, que é considerado por muitos um gênios, mas que seus últimos filmes foram fracassos de bilheteria e de crítica. No momento que se passa a história, Guido está passando por uma fase de falta de inspiração para escrever o roteiro de seu próximo filme, intitulado ''Italia''. O problema é que, apesar de não te rum roteiro pronto, os cenários, figurinos e contratções já estão em andamento, o que deixa Guido numa sinuca de bico. Durante essa fase de dificuldade, ele relembra todas as mulheres que passaram pela sua vida, desde a infância, até o presente momento.
O filme começa de forma muito interessante, com a primeira cena musical muito bem coreografada e filmada pelo diretor Rob Marshall (Chicago, Memórias de uma Gueixa), porém, aos poucos o filme perde a força e se torna arrastado, com algumas exceções, como a música ''Be Italian'', cantada por Fergie, que levanta o filme, mas logo depois volta a ficar lento.
Se eu pudesse resumir Nine em uma única palavra, seria distante, já que o roteiro não consegue segurar o número de pessoas em cena, já que são muitas mulheres, colocando umas em destaque e outras quase não aparecendo, como Nicole Kidman e Kate Hudson, que se não estivessem ali, não fariam tanta diferença. Ou seja, muitos personagens ficam rasos, e até estereotipados, como a personagens de Penélope Cruz, um mulher escandalosa e exagerada. O único personagem que funciona de verdade, é o próprio Guido Contini, interpretado de forma magnífica pela premiado ator Daniel Day-Lewis, de resto, temos atuações normais, com nada de novo, e talentos desperdiçados.
A força de Nine consta na sua parte técnica, muito bem caprichada, resumindo, o filme visualmente é lindo. Sua fotografia se destaca como a melhor coisa do filme todo, com suas cores em tons escuros, outra coisa que se destaca é a direção de arte, com cenários lindos e muito bem feitos, que até lembram um pouco os de Chicago, e por fim, seu figurino, realmente muito bem desenhado.
Rob Marshall, que em Chicago tinha feito um trabalho maravilhoso, e em Memórias de uma Gueixa um trabalho razoável, faz, aqui, um trabalho regular, acertando de forma perfeita nas cenas cantadas, mas as cenas mais dramáticas ele dirige de forma fria, o que ajuda no distânciamento do filme com a plateia.
Enfim, Nine, para mim, seria um filme espetacular, que prometia me marcar, mas ficou um pouco distante disso. Há de se entender que houve um esforço, houve uma tentativa de se fazer algo bom, mas o resultado final ficou devendo. Para os fãs de musicais, eu indico, pois as músicas são bonitas e algumas são tão animadas que dá vontade de danças na cadeira, mas para aqueles que procuravam algo parecido com 8¹/² na parte dramática, desistam, pois irão se decepcionar.
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