"É mais que uma excelente interpretação, é muito mais que uma ótima direção, Forrest Gump é uma lição juvenil".
Forrest Gump - O Contador de Histórias é mais que uma epopeia de um homem, é uma história de vida que traduz a essência do home tanto em seus desejos como em seus mais íntimos sonhos.
Forrest Gump (Tom Hanks, sem palavras) é um homem-menino tímido. Ele é bom (a poesia começa por aí), carismático e o melhor, adora falar. A cena marcante do filme (fora outras como a da rebelião na praça central de Washintong ao lado de revoltosos) é em que ele estar sentado num banco, á espera de um ônibus (foto pricipal da capa principal do dvd como se vê). Sentado lá por horas, olhando e pensando (seu QI é baixíssimo, mais o enredo não o trata como um retardado) ele encontra pessoas que também esperam algo (no caso deles o ônibus). Nesse meio tempo de espera, ele conversa timidamente com cada pessoa que se atreve a sentar-se. Conta sua vida. Suas vivências inacreditáveis. O pessoal duvida muito dele, mais o escutam. O filme começa daí, sentado num banco da parada de ônibus, Forrest Gump conta sua magnífica história de vida, sua comédia, seu drama, sua belíssima história de amor.
A direção (Robert Zemeckis) nem por um segundo trata o filme como biográfico (afinal, ele não o é), a técnica usada por Zemeckis é de fotografia clara e comediante, uma montagem gigante e pitoresca, um som agudo e carismático (uso da pessoalidade), a maquiagem fraca e natural (numa maioria), efeitos visuais íncriveis (mais nada exagerados, o ponto forte do filme aliás, é a naturalidade, o modo como ele é levado), a arte primorosa segue á época com digna parciabilidade. Zemeckis voa alto, com imaginação e criatividade de como levar uma estória (e um enredo) tão grandioso e diversificado sem torná-lo chato e inexperiente (tanto para a direção como para o elenco). O tipo de enredo já executado por Zemeckis no sucesso juvenil De Volta para o Futuro é recolocado em Forrest Gump, vê-se semelhança tanto na fotografia como na comédia (uma comédia infantil, pode-se até dizer ingênua). A sequência de Zemeckis é rápida (até demais, poderia tornar o filme curto, mais o roteiro longo esticou o tempo entre a adolescência e a vida adulta de Gump), e a continuação é observadora, sem reter qualquer sentimento ou ideia da cena anterior (faz-se o expectador pensar e refletir sobre o enredo). Zemeckis soube (não acredito que nenhum outro diretor poderia aproveitar tão bem o roteiro, apesar de ser dramático-comediante, Spielberg passaria longe, afinal, no ano anterior realizara dois grandes sucessos: sua obra-prima A Lista de Schindler e o sucesso na Montagem Jurassic Park - Parque dos Dinossauros) aproveitar o roteiro como ninguém, a satisfação com que o expectador saía das salas de cinema é de bolar de rir (e de chorar também, um drama básico habita esse roteiro extrovertido).
O roteiro (Eric Roth, roteiro e Winston Groom, romance, é belíssimo, como já disse, bastante infantil, mais adulto o bastante para provocar lágrimas e agonia). A estória é tão interessante que a vontade que temos é de continuar assistindo em casa quando chegarmos (como se fosse uma série americana). Mais parece muito com uma série. É tão doce a atuação de Hanks que a vontade de assistir de novo e de novo é duvidosa, mais compreensiva. É uma excelente adaptação do romance de Winston Groom, a grandeza da obra e a pessoalidade que ela passa ao leitor é ótima. Roteirizada por Eric Roth, a estória ganha mais humanidade e uma perseverança (como se vê nas cenas) que encerra a estruturação e estilização de Gump. Roth ganha a estatueta de Melhor Roteiro Adaptado, merecido. Mais tarde realizada outros grandes sucessos como Ali de 2001 e O Curioso Caso de Benjamin Button de 2008. A magia do filme estar tanto no roteiro como na impecável atuação de Hanks.
Por falar em Tom Hanks (Forrest Gump), não posso de deixar de dar o merecido destaque a esse grande ator. Hanks iguala o personagem de Gump á um menino. Um ser puro e meigo que vive impressionantes e vívidas situações que engrandecem o filme mais ainda. A naturalidade de Hanks em adquirir o personagem e a fala falada suporta todo o tempo do longa, que seria bastante maior com seu intemperismo (outros atores alongariam drasticamente o longa, com imperfeições na métrica, por nossa salvação Hanks fora escolhido para o papel dentre tantos outros loucos pelo mesmo). Pela sua fantástica atuação Hanks ganha o Oscar de Melhor Ator, o primeiro de muitos. O primor do filme, como já disse é do roteiro cheio de novidades e da atuação suprema de Hanks. Os dois (juntamento com Zemeckis, é claro), o roteiro de Eric Roth e a atuação de Hanks faz de Forrest Gump - O Contador de Histórias uma obra maravilhosamente encantadora.
O filme ganha o Oscar de Mlhor Filme. Ganha outros também. Mais o seu valor de interpretação e direção está muito á mais do que os seus vários prêmios, o seu valor está na sua mensagem, essas que muitos outros filmes ignoram. Mas Forrest Gump não negou uma lição para o público, acho que é disso o grande sucesso e sua bilheteria de US$ 677,387,716. Valores á parte, o filme é ótimo. Mensagens á parte, a direção é excelente. E atores á parte, Tom Hanks é Tom Hanks.
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